Conquistando o mercado

Setor em expansão, e-commerce tem a mesma importância que uma loja física: precisa de planejamento, controle, estratégia de vendas, investimento em imagem etc. Profissional da área precisa ser versátil e criativo.

A internet descentraliza o alcance e a produção de conteúdo. Foi dessa forma que se deu início à possibilidade de abrir mercado com lojas virtuais. O mesmo negócio que poderia existir fisicamente funciona normalmente no meio digital. Esse comércio eletrônico é também chamado de e-commerce. Ele configura todas as vendas online em  sites, aplicativos, por meio de redes sociais ou aplicativos de mensagens.

Trata-se de um mercado crescente. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) informou que o setor de e-commerce faturou R$ 35 bilhões no primeiro semestre de 2019, um aumento de 16% comparado ao mesmo período de 2018. A expectativa da ABComm é que em 2020 já existam 105.992 e-commerces em funcionamento, apenas no Brasil.

Uma das maiores vantagens desse tipo de transação é o alcance que essas lojas podem ter, além da facilidade de mensurar o sucesso aliado ao número de vendas realizadas.
Entretanto, o e-commerce é um negócio que tem a mesma importância que uma loja física: precisa de planejamento, controle, estratégia de vendas, investimento em imagem etc. Tudo isso levando em consideração as particularidades do meio digital.

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Danilo Nobre (foto acima) é Gerente Comercial da Bleez, uma agência de desenvolvimento e manutenção de plataformas de e-commerce. Com esse suporte, as empresas têm onde hospedar seus sites e recebem o apoio de profissionais especializados na área. A possibilidade de automatizar alguns passos do processo de venda é um atrativo aos empresários. “Criamos um centro de operações desses e-commerces, mas integramos os  negócios das redes sociais com os de sites ou até mesmo integramos o centro de gestão de estoque da loja física com o da loja virtual”, explica o profissional.

Fluxo
Há também a possibilidade da versatilidade de fluxo de vendas. Se em uma empresa física o atendimento é feito por um vendedor, no meio online esse atendimento é feito por aplicativos de mensagens. Mas há também como ampliar esse contato com o cliente, por meio do desenvolvimento de interfaces mais intuitivas ou da criação de mecanismos de atendimento virtual. 

“O profissional técnico deve entender que ele trabalha para um negócio que espera vendas. O ponto-chave é o entendimento de negócio. O maior diferencial é não querer encontrar a solução mais fácil, mas aquela que melhor se encaixa e resolva o problema do cliente”, pontua Danilo Nobre.

A grande dificuldade vista pelos profissionais da área é o entendimento, por parte dos empresários, de que um negócio virtual requer tanta atenção quanto uma loja física. É preciso que o empreendedor planeje a criação de mais uma loja, dessa vez no meio virtual, para que se obtenham o sucesso desejado.

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Empreendedor
O empresário e jornalista Antino Silva (foto acima) criou, em parceria com um amigo designer, a Printerama, marca de camisetas com estampas originais lançadas toda semana. Com o desejo de investirem no negócio, mas ainda buscando segurança no investimento, eles optaram pelo lançamento de uma loja virtual antes de pensar em uma loja física.

A possibilidade de teste desse modelo de negócio mais acessível, frente ao investimento que seria necessário para um espaço físico, foi um dos grandes atrativos para a criação do e-commerce. Além disso, o alcance do público foi de extrema importância. “Vemos o nosso produto, por conta da sua temática, como de nicho. E isso causava dúvidas se apenas o público local seria o suficiente para estabelecer a marca. Mas se pensássemos como negócio nacional, mesmo não sendo algo tão popular, iríamos  conseguir uma demarcação maior”, explica o empreendedor.

Hoje, Antino já vende algumas peças no varejo, mas são apenas 2% de sua produção. O forte da empresa ainda está no meio digital, já que a produção das camisas é feita sob demanda, não sendo necessária a criação de um estoque amplo. 

Expansão
A Sou Energy é uma empresa de venda e distribuição de equipamentos fotovoltaicos, necessários para a geração de energia solar. Recentemente, expandiu seus negócios e passou a fazer vendas no meio digital, explorando um mercado novo. Antes, as vendas eram prospectadas por telefone. Era necessário o cadastro dos produtos, a criação de um orçamento de forma manual, que passava por aprovação para só então ser liberado o pagamento e, só então, o processo de entrega.

“Buscamos alcançar clientes no país inteiro, ter mais transparência e agilidade no processo de venda, com uma interface que foca na experiência do cliente”, explica Valdo Mendes, Gerente de Marketing e um dos idealizadores do e-commerce da empresa.

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Futuro
O profissional que deseja investir na criação e na manutenção de plataformas de e-commerces precisa estar em constante atualização. Ele pode trabalhar em agências que desenvolvam esse tipo de empreendimento, em empresas com seu próprio setor de vendas online ou como freelancer.

Não há uma graduação específica para tal tecnologia, mas ela é vista como uma vertente dos negócios de desenvolvimento online. Portanto, é possível investir em um curso da área de tecnologia da informação, como ciência da computação. Ou atuar na área da comunicação dessas lojas, investindo no marketing e no design gráfico.

Se um empreendedor deseja criar ou migrar para o e-commerce, ele precisa de suporte tecnológico, mas também entender de administração. Pode ser online, mas ainda é um negócio que precisa de controle, fluxo de caixa, estoque, fornecedores etc. No entanto, há cursos e assessorias que podem ajudar a criação e a manutenção do negócio. Uma boa ideia é o pontapé fundamental.

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