Entenda em tópicos o impacto do desembarque do PSD da gestão Sarto em Fortaleza

A transformação no cenário eleitoral e os últimos rompimentos apontam para um reequilíbrio de forças para 2024

Legenda: PSD passou a integrar o grupo liderado pelo ministro Camilo Santana e o governador Elmano de Freitas
Foto: Thiago Gadelha e Fabiane de Paula

A entrega dos cargos e o desembarque da gestão do prefeito José Sarto (PDT) em Fortaleza fez do PSD um importante ator na recomposição de forças políticas na Capital cearense para a disputa eleitoral em 2024.   

Dos 10 partidos que compuseram a aliança que elegeu o pedetista em 2020, já não devem integrar mais o grupo na disputa de reeleição os partidos PP, PL, PSB e PSD. São siglas que detêm densidade eleitoral, recursos do fundo partidário e eleitoral, além de tempo de rádio e televisão para as propagandas.

A transformação no cenário eleitoral e os últimos rompimentos apontam para um reequilíbrio de forças para 2024. A  coluna traz os principais impactos da saída do PSD da base aliada da gestão municipal em Fortaleza. 

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Isolamento do PDT 

A saída do PSD da base do prefeito Sarto deixa o PDT ainda mais isolado diante das principais forças partidárias. O grupo político que elegeu o governador Elmano de Freitas (PT) ainda no primeiro turno, em 2022 – os partidos PT, MDB e PP – devem seguir juntos na disputa em Fortaleza. Pelo menos é o que dizem os dirigentes e o próprio governador

O prefeito de Fortaleza, José Sarto; o presidente da legenda na Capital, Roberto Cláudio; e o ex-ministro Ciro Gomes – que estão unidos no projeto de reeleição –, terão um desafio de fortalecer a candidatura à reeleição do pedetista junto aos dirigentes partidários. 

Com o desembarque do PSD, o grupo do PDT na Capital perde força quando se avalia a fatia de cada partido que ficou na base para o tempo de propaganda nas campanhas de rádio e televisão, além dos recursos para investimento na candidatura. No atual cenário, o PSDB, do vice-prefeito Élcio Batista, pode ser o principal aliado pensando na próxima disputa eleitoral.

Diálogo com Cid 

O senador Cid Gomes, que teve um peso importante na sucessão em Fortaleza, desde 2012, aparece pela primeira vez em uma década afastado das tratativas – pelo menos quando o assunto é a discussão interna no partido.

Em meio ao isolamento da sigla, os dirigentes que comandam a legenda na Capital precisarão aproximar o senador para lidar com a situação, tendo em vista o bom trânsito do ex-governador entre dirigentes.

Fato difícil de acontecer, ao lembrarmos as rusgas entre Roberto Cláudio, que preside o PDT em Fortaleza, e o senador, ainda com embates a solucionar de 2022. É Cid quem tem procurado melhorar a imagem do partido com demais aliados e ex-aliados desde a crise que o pedetismo vive desde as últimas eleições

Em meio à divisão do partido, Sarto e Roberto Cláudio precisarão ter muito talento para contornar a situação de baixa quanto o assunto é aliança com partidos de maior densidade eleitoral. 

Força dos partidos 

Enquanto o PDT perde aliados, a oposição se organiza de maneira mais consistente. Os partidos que elegeram Elmano no ano passado – PT, MDB e PP – somado a PSB e PSD que chegaram neste ano, formam um bloco fortalecido para o lançamento de uma candidatura em 2024

São agremiações com capilaridade eleitoral e de recursos para alimentar uma campanha eleitoral com certa tranquilidade. O PDT, embora forte no Ceará, tem 18 deputados na Câmara dos Deputados. Bem atrás de partidos como PP (49), MDB (43), PSD (43), além da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV), que tem juntos 81 parlamentares.  

A quantidade de deputados federais é a base para o cálculo do recurso partidário, entre outras benesses. Detalhe que pode fazer muita diferença em uma campanha municipal. União Brasil e PL, ambos com uma bancada robusta, também estão na oposição ao prefeito Sarto – o que deixa uma margem pequena para articulação. 



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