Cid quer prazo de 4 anos para ex-dirigentes do BC voltarem ao mercado: 'Confluência de interesses'
O senador apontou o caso do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao apresentar projeto

No mesmo dia em que o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, assumiu cargo em um banco no País, o senador Cid Gomes (PSB) protocolou projeto em Brasília pedindo mudança nas normas para que ex-dirigentes assumam funções em instituições privadas após deixarem o BC.
Pelas regras atuais, a legislação exige uma quarentena de seis meses para essa transição. O parlamentar cearense quer que esse prazo aumente para 4 anos.
"Não é coincidência que, ao final de seu mandato, o presidente do Banco Central, responsável por conduzir a política de juros mais restritiva do planeta, tenha sido contratado por uma das maiores instituições financeiras privadas do País. Isso não é coincidência institucional, é confluência de interesses", declarou.
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Cid Gomes diz ainda que o exemplo de Campos Neto não pode se repetir como prejuízo ao País.
“O que são seis meses para alguém que, em nome do interesse público, traçou a linha entre o que o setor financeiro poderia ou não lucrar — e que, ao fim, é acolhido por esse mesmo setor com salários fixos de centenas de milhares de reais e bônus que, historicamente, superam em muitas vezes esse valor?”, questionou Cid Gomes.
O projeto de lei n° 144/2025 está no início da tramitação no Senado.