Ceará lidera discussões para regulamentação da energia eólica offshore

Empresários e especialistas cearenses se movimentam para ajudar na formatação de um projeto de lei específico para este segmento

Legenda: Turbinas eólicas offshore
Foto: Shutterstock

Enquanto se prepara para acomodar projetos multibilionários no hidrogênio verde, o Ceará vê excelentes perspectivas também na área de energia eólica offshore (no mar).

Empresário e um dos fundadores da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Lauro Fiúza Júnior afirma à Coluna que este dueto de sinergias entre o hidrogênio verde e a energia offshore será um diferencial e tanto para o Ceará, que parte na frente em ambos os segmentos.

Nesta semana, foram dados passos importantes para o início da construção da regulamentação deste segmento, considerada fundamental para a concretização de grandes investimentos no Estado.

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Sob o comando do presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, a Federação reuniu um grupo de renomados especialistas na área para a elaboração de pontos que serão cruciais à costura de um marco regulatório. O deputado federal Danilo Forte, presidente da Frente Parlamentar de Energia Renovável, será um dos articuladores da pauta em Brasília.

"Pelo menos 15 empresas de grande porte estão fazendo pesquisa no Ceará e estão inquietas com a falta de regulamentação no Brasil", diz Fiúza. Como a geração offshore requer investimentos robustos, os projetos são todos na casa dos bilhões de reais.

Ele destaca que esta energia poderá ser exportada, o que abre um horizonte de oportunidades para a economia cearense.

Leilão

O presidente do Sindienergia-CE, Luís Carlos Queiroz, afirmou que uma das proposições é a realização do primeiro leilão de energia eólica offshore, o que pavimentaria um caminho relevante para a área.

Os pleitos surgem pouco após uma conquista histórica do setor de energias renováveis, com a aprovação do marco regulatório da geração distribuída pela Câmara dos Deputados.

"O potencial de geração de empregos do offshore é gigante", projeta Queiroz.

Ele explica que, enquanto no onshore (em terra), 80% do investimento correspondem aos equipamentos, no offshore, tem-se o oposto. Ou seja, a capacidade de absorção de mão de obra para gerar energia eólica em alto-mar é consideravelmente superior em relação às usinas em terra firme.

"Agora precisa ser regulamentado para criar uma ambiência segura", destaca o especialista.

O mapa eólico e solar do Ceará identificou que o Estado tem um potencial solar no Ceará de mais de 600 GW, eólico onshore de 97 GW, e eólico offshore de 127 GW.

Hoje, o Estado tem uma série de projetos eólicos offshore, com aportes bilionários previstos. O Asa Branca, por exemplo, deve contar com R$ 12 bilhões na primeira fase.



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