Há times que oscilam demais. O Ceará é um deles. É capaz de vitórias importantes, mas é também capaz de vexames assustadores. Não consigo entender o Vozão. O que mais intriga: mesmo com tantos resultados ruins em casa (PV ou Castelão), o Ceará está a apenas quatro pontos do G-4. Há bem pouco tempo, frequentou a zona de rebaixamento. Reagiu. Nos jogos mais recentes, o destaque tem sido o meia Chay, que mantém certa regularidade. Estão em dívida com o Ceará Jean Carlos e Guilherme Castilho. Jean jamais manteve o padrão que o fez brilhar no Náutico. Guilherme Castilho jamais manteve o padrão que o fez brilhar no Juventude. Quem pode produzir mais é Richardson, que já teve trabalho melhor no próprio Ceará. Eric, o de melhor referência, pretendido por clubes da Série A, andou sumindo em alguns jogos. Enfim, não há no Ceará um rendimento conjunto convincente. Ninguém sabe o que poderá acontecer de jogo para jogo. É uma incógnita permanente. Será um dia de vitória retumbante ou mais um dia de fracasso? O próximo adversário do Vozão será o Sampaio Corrêa, do Maranhão. Como o Ceará tem conseguido boas vitórias fora de casa, quem sabe...
Deu para perceber nitidamente a vantagem de uma melhor condição física do Botafogo na vitória (2 x 0) sobre o Fortaleza. O Botafogo, leve e ativo; o Fortaleza, travado. O Leão queria ir, mas não tinha condições. O superior ritmo do Botafogo levou Vojvoda à reflexão. O que ele vai fazer a partir de agora, só Deus sabe.
O Fortaleza já passou por situações semelhantes no ano passado. O time caiu de ritmo e amargou uma sequência de resultados negativos. Mas conseguiu, com o mesmo grupo, dar a volta por cima. Voltou a jogar bem e até conseguiu uma vaga na Copa Libertadores da América. Portanto, o próprio treinador Vojvoda conhece o caminho, pois já passou por ele.
Quem é o melhor jogador em ação no futebol cearense no momento? Pergunta de difícil resposta. Até pouco tempo, Moisés. Lembro que, após a vitória do Fortaleza sobre o Fluminense no Castelão, escrevi um comentário no qual afirmei: naquele dia, Moisés casou e batizou, fez sol e fez chover. Uma exibição inesquecível. Hoje, eu não sei quem é o melhor, diante de tantas oscilações.
Acompanhei o belo desempenho de Erick Pulga no Ferroviário. Lembro de sua bela apresentação na Fonte Nova, quando do empate (2 x 2) do Ferrão com o Bahia pela Copa do Nordeste, quando ele marcou os dois gols. Contratado pelo Ceará, a esperança é de que venha a ter as justas oportunidades. Talento ele tem demais.
Notável é a campanha que o Ferroviário está fazendo na Série D nacional. Faltando cinco rodadas para terminar a fase de grupos, o Ferrão é o líder do Grupo 2, com 19 pontos, oito pontos a mais que o segundo colocado, o Parnahyba. Fez sete jogos. Ganhou seis. Empatou um. É a melhor campanha de todos os 64 clubes.