BNB criará linha focada em educação e espera financiar R$ 400 milhões para o setor

Banco do Nordeste também trabalha com a expectativa de ampliar os recursos do FNE para cerca de R$ 30 bilhões ainda em 2022

Legenda: A nova iniciativa do BNB focada em educação deverá ser lançada em um evento em Fortaleza nas próximas semanas
Foto: Arquivo/Diário do Nordeste

O setor da educação deverá ser o novo ponto de foco para as operações do Banco do Nordeste. Para tentar dinamizar o destino dos recursos emprestados através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), a instituição deverá ter ações pensadas para setores específicos da economia, começando com R$ 400 milhões destinados à educação. A informação foi confirmada pelo presidente do Banco, José Gomes da Costa.

A expectativa é gerar contratos de financiamento em todos os níveis do setor, atuando desde os alunos, pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), passando por creches, escolas e grandes universidades. Essa iniciativa receberá o nome de Avança Nordeste Educação e foi anunciada em entrevista exclusiva para a coluna. 

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"A gente pensou em montar uma estratégia para atender o setor de educação. Com o FNE, a gente entra em todos os setores, desde o aluno, com o Fies, até a universidade. Podemos atender a creche, o primário. E devemos lançar nos próximos dias essa estratégia, do Avança Nordeste Educação, que é uma maneira de divulgar as oportunidades que temos para a educação com o FNE e conclamar os agentes de educação para que tomem os recursos do fundo", disse o presidente do BNB. 

Gomes da Costa explicou que o projeto visa reforçar o papel do Banco como agente de desenvolvimento no Nordeste, gerando boas oportunidades de financiamento em áreas que vão além da infraestrutura, maior tomador de crédito pelo FNE. 

A nova iniciativa do BNB deverá ser lançada em um evento em Fortaleza nas próximas semanas.

Novos setores 

Os planos, após a consolidação do Avança Nordeste Educação, é ampliar o projeto para os setores da saúde e da indústria, ampliando as opções de crédito para a iniciativa privada. 

"Mais para frente, vamos focar na saúde, e depois na indústria, que é outro setor que, com esse freio da pandemia, muitos países passaram a rever como setor estratégico. Muitos países estão buscando fortalecer suas indústrias estratégicas e no Brasil não deve ser diferente. São setores diversos e não demandam tantos recursos com a infraestrutura, então não teremos um teto de aplicação. Esse deverá ser o nosso foco", comentou. 

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Ampliação dos recursos

Além da criação dessas novas inciativas, o presidente do BNB confirmou que a instituição já trabalha com a expectativa de ampliação dos recursos do FNE, passando dos R$ 26 bilhões previstos para 2022 para cerca de R$ 30 bilhões. O processo já estaria sendo analisado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR). 

"O FNE não tem tido a dificuldade que tivemos com o microcrédito. Vamos continuar em um ritmo acelerado, e já temos uma perspectiva de aumento do orçamento, que já está em estudo pela Sudene e pelo MDR, ainda para esse ano. A começou o ano com um orçamento de R$ 26 bilhões, mas torço para passarmos de R$ 30 bilhões ainda nesse ano. O Banco tem disposição para alocar e começamos o ano com uma leitura de crescimento pequeno, mas já temos a possibilidade de crescer mais de 3%, o que é muito importante", disse Gomes. 

Hidrogênio verde 

Apesar das novas condições, o Banco do Nordeste não deverá criar uma linha de crédito específica para as empresas de hidrogênio verde, uma vez que a estratégia da instituição estará concentrada no setor de geração de energias renováveis, atendidas pelos recursos destinados à infraestrutura. 

O presidente do BNB também confirmou as perspectivas do banco ampliar os volumes financiados para esses projetos a partir de um fundo de investimentos e a uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Atualmente, o limite de financiamento para projetos de infraestrutura é de R$ 300 milhões. 

"Do orçamento do FNE, um terço está indo para infraestrutura, mas a demanda é muito maior, e um banco público não pode dizer que vai financiar só um terço do projeto, então estamos concluindo o fundo de investimentos com a Vinci e também uma parceria com o BNDES", disse.

"Hoje a gente financia no máximo R$ 300 milhões, mas queremos poder financiar mais R$ 300 milhões a partir desse fundo, com recursos captados no mercado, e quem sabe mais R$ 200 milhões com a coparticipação do BNDES, que está muito solícito. É uma parceria estratégica. E com esse trio de fundings, queremos atender a demanda de energia renovável, que deve subir muito com o crescimento do mercado de hidrogênio verde", completou. 

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