Surpresas e decepções de 2021: o ano olímpico que impactou o mundo do esporte

Brasil conquistou recordes em Tóquio 2020 e a liderança dos Jogos Pan-Americanos Júnior, em Cali. Relembre os principais fatos que marcaram ano

Legenda: Tóquio 2020 teve que acontecer sem público por conta da pandemia de coronavírus
Foto: Kiyoshi Ota - Bloomberg

Um ano que por si só já entraria para história. Por todo o contexto da pandemia do coronavírus que parara o mundo desde 2020, o que se esperava para 2021 eram tempos melhores. No esporte, as atividades começaram a retomar ainda em 2020, mas a segunda onda trouxe incertezas. 

Meses antes de Tóquio 2020 não era possível prever como seriam as Olimpíadas. Em pleno estado de emergência, foi preciso ir contra a vontade da população japonesa, que demonstrava em pesquisas ser contra a realização dos Jogos. 

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Apenas, em 8 de julho, menos de duas semanas antes do início previsto, em 21 de julho, é que houve a definição de que não haveria público nas disputas olímpicas.  

Essa pode ser destacada como uma das decepções do ano. A graça e a magia dos Jogos são, em parte, compartilhadas com a plateia. A partilha dessa emoção teve que passar por adequações. 

Cerimônia de abertura dos Jogos, no Estádio Olímpico de Tóquio, sem público
Legenda: Cerimônia de abertura dos Jogos, no Estádio Olímpico de Tóquio, sem público
Foto: Divulgação

Em relação ao desempenho brasileiro, no geral foi positivo, com recorde de medalhas: 21 e mesma quantidade de outros da Rio 2016, quando tivemos o recorde com sete ouros. Os pódios foram em 13 modalidades, mais uma conquista inédita. Dentro disso, temos ainda destaques individuais. 

As mulheres do Brasil brilharam e mostraram força nas Olimpíadas, nove pódios e três ouros. Além disso, teve gente que continuou sendo destaque nas competições mundo afora. Rebeca Andrade, por exemplo, além do ouro e prata em Tóquio, conquistou um feito inédito: duas medalhas em uma única edição do mundial de ginástica. 

Rebeca Andrade, aos 22 anos, com suas conquistas olímpicas
Legenda: Rebeca Andrade, aos 22 anos, com suas conquistas olímpicas
Foto: Reuters

Rayssa Leal, além de ser a mais jovem medalhista olímpica da história do País, ao conquistar a prata, no skate street, com apenas 13 anos, seguiu se destacando e ficou com o ouro em duas etapas consecutivas da SLS (Street League Skateboarding). 

Rayssa Leal teve ano brilhante, com conquistas importantes, apenas aos 13 anos
Legenda: Rayssa Leal teve ano brilhante, com conquistas importantes, apenas aos 13 anos
Foto: Rede do Esporte

Entre as decepções, provavelmente, os principais exemplos venham do vôlei. Na quadra, o masculino que chegou a Tóquio entre os favoritos ao ouro e defendia a medalha conquistada na edição anterior, não conseguiu medalhas. Teve feito histórico? Sim, mas negativo.

Se a Rússia fazia parte da história do feminino após a incrível virada, quando perdia por 24 a 19, dessa vez foi pior. Os brasileiros ganhavam de 20 a 12  e conseguiram perder, após surpreendente reação dos russos. Após a derrota na semifinal, não houve ânimo pra superar a Argentina na disputa pelo bronze, resultado: 4º lugar e primeira vez em quatro edições em que o vôlei masculino não conquista medalhas. 

Derrota brasileira com virada inesquecível da Rússia ficará marcada na história olímpica
Legenda: Derrota brasileira com virada inesquecível da Rússia ficará marcada na história olímpica
Foto: Reuters

Na praia, desde que a modalidade foi inserida no programa olímpico, Tóquio foi a primeira edição em que o Brasil não conseguiu nenhuma medalha. Nossas quatro duplas, entre masculino e feminino, nem mesmo chegaram à semifinal. E no decorrer do restante da temporada todas as parcerias foram desfeitas. 

O ponto positivo fica por conta do feminino, que chegou desacreditado, fez uma campanha sólida e chegou à prata. 

Prata do vôlei feminino foi destaque positivo da campanha olímpica
Legenda: Prata do vôlei feminino foi destaque positivo da campanha olímpica
Foto: Rede do Esporte

Do futebol feminino, sempre esperança de medalha, a campanha olímpica deixou a desejar. Eliminada nas quartas de final, nos pênaltis para o Canadá, a campanha marcou o fim da “era Formiga”. O próximo ciclo deve ser o tempo para consolidar o trabalho da técnica Pia Sundhage, que está à frente da seleção desde 2019. 

O basquete brasileiro vem passando por momentos difíceis e ficou de fora das Olimpíadas com as duas seleções, feminina e masculina. 

Das águas tivemos destaques. Estreando nos Jogos, o surfe trouxe uma medalha, com Ítalo Ferreira. Gabriel Medina, envolto em polêmicas familiares acabou ficando fora do pódio. Na canoagem C1 1000m Isaquias Queiroz chegou ao tão sonhado ouro. 

Isaquias Queiroz conquistou o tão aguardado ouro olímpico
Legenda: Isaquias Queiroz conquistou o tão aguardado ouro olímpico
Foto: Miriam Jeske - COB

Martine Grael e Kahena Kunze se sobressaem pelo bicampeonato olímpico na classe 49er FX (vela).Ana Marcela Cunha venceu a maratona aquática em Tóquio e fechou o ano com o pentacampeonato do Circuito Mundial. Nicholas Santos também se destacou no Mundial e aos 41 anos conquistou o tricampeonato em Abu Dabi. 

Bicampeãs olímpicas, Martine Grael e Kahena Kunze se destacaram em Tóquio 2020
Legenda: Bicampeãs olímpicas, Martine Grael e Kahena Kunze se destacaram em Tóquio 2020
Foto: Reuters

Após um ano olímpico atípico, o esporte se reinventou. Altos, baixos, adaptações e a lição que fica é de superação. Apesar do contexto do mundo, novos talentos surgiram, brilharam, se destacaram em meio à adversidade.2021 marca também o início de um ciclo mais curto, Paris 2024 é logo aí.

Ainda em um cenário de incertezas, o esporte não voltou a ser como antes, nada voltou. Para 2022, o que se espera é melhora e que os nossos atletas consigam levar o País ainda mais longe. O ciclo já começou e ano que está por começar traz diversas competições importantes, como Mundiais de vôlei, natação e atletismo.