Apenas um deputado estadual do Ceará não se vacinou contra a Covid-19

Na Assembleia Legislativa, é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação ou de teste negativo para Covid-19

Legenda: Acesso ao plenário da Assembleia Legislativa do Ceará requer comprovante de vacinação ou teste negativo de Covid
Foto: AL-CE

Dos 46 parlamentares da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), apenas o deputado André Fernandes (PL) não tomou nenhuma dose da vacina contra a Covid-19 até este mês de janeiro.

A informação é de um levantamento do Diário do Nordeste a partir das redes sociais dos deputados, da plataforma Vacine Já, da Prefeitura de Fortaleza, e dos próprios parlamentares.

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Desde dezembro, a AL-CE exige o passaporte de vacinação para acesso aos prédios do Legislativo. As sessões plenárias, no entanto, seguem em modelo híbrido - o que permite que mantenham as atividades legislativas aqueles que optem por não seguir a regra, como é o caso de André Fernandes.

Em dezembro, o deputado participou das últimas votações na Casa a partir da plataforma virtual.

Conforme as regras da Presidência da AL-CE, todos que participarem de sessões solenes ou de audiências públicas na Assembleia, por exemplo, também devem apresentar o passaporte vacinal ou, em caso de não aplicação justificada por atestado, devem apresentar teste negativo para Covid-19 realizado nas últimas 24 horas. 

Deputados da AL-CE vacinados com pelo menos duas doses:

  • Acrísio Sena (PT)
  • Aderlania Noronha (Solidariedade)
  • Agenor Neto (MDB)
  • Antônio Granja (PDT)
  • Apóstolo Luiz Henrique (Patriotas)
  • Audic Mota (PSB) 
  • Augusta Brito (PCdoB) 
  • Bruno Pedrosa (PP) 
  • Danniel Oliveira (MDB) 
  • Davi de Raimundão (MDB)
  • David Durand (PRB) 
  • Delegado Cavalcante (PTB)
  • Dr. Carlos Felipe (PCdoB)
  • Dra. Silvana (PR) 
  • Elmano Freitas (PT)
  • Érika Amorim (PSD)
  • Evandro Leitão (PDT) 
  • Fabio Galvão (PMN) 
  • Fernanda Pessoa (PSDB)
  • Fernando Hugo (PP) 
  • Fernando Santana (PT) 
  • Gordim Araújo (Patriotas) 
  • Guilherme Landim (PDT)
  • Heitor Férrer (Solidariedade) 
  • Jeová Mota (PDT)  
  • João Jaime (DEM) 
  • Júlio César Filho (Cidadania) 
  • Leonardo Araújo (MDB) 
  • Leonardo Pinheiro (PP) 
  • Lucílvio Girão (PP) 
  • Marcos Sobreira (PDT)  
  • Moisés Braz (PT)  
  • Nelinho (PSDB) 
  • Oriel Filho (PDT)
  • Osmar Baquit (PDT)
  • Queiroz Filho (PDT)
  • Rafael Branco (MDB)
  • Renato Roseno (Psol)
  • Romeu Aldigueri (PDT) 
  • Salmito (PDT) 
  • Sérgio Aguiar (PDT) 
  • Soldado Noelio (Pros)
  • Tin Gomes (PDT)
  • Tony Brito (Pros) 
  • Zezinho Albuquerque (PDT) 

Deputados que estão atualmente de licença também confirmaram a vacinação. São eles Walter Cavalcante (MDB), Nizo Costa (PSB) e Manoel Duca (PDT).

Críticas ao passaporte na AL

Na própria Assembleia, mesmo com quase todos vacinados, há deputados contrários à exigência do passaporte vacinal.

André Fernandes, em novembro, entrou com ação na Vara da Fazenda Pública no intuito de sustar os efeitos do passaporte da vacina, vigente em ambientes como restaurantes, bares e barracas de praia desde o final do ano passado.

Na Câmara Municipal de Fortaleza foi onde a discussão sobre o comprovante mais se acirrou. Um projeto do prefeito José Sarto (PDT) que previa a obrigatoriedade do comprovante em prédios públicos da Capital foi travada por vereadores e teve tramitação adiada para este ano.

Por lá, apenas um vereador não tomou nenhuma dose da vacina, Inspetor Alberto (Pros), aliado de André Fernandes. A vereadora Priscila Costa (PSC) não tem cadastro no Vacine Já e, através da assessoria, optou por não informar sobre a sua vacinação. 

Nas redes sociais, mesmo não tendo se vacinado, Fernandes diz que não é contra à vacinação, mas à exigência do passaporte da vacina. 

No começo do ano passado, quando as vacinas começaram a chegar ao Estado, Fernandes e outros políticos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) faziam comitiva até o aeroporto para reforçar o discurso político em torno do apoio à vacinação pelo Governo Federal, em meio a críticas do atraso.

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Na época, a mudança de tom dos opositores coincidia com estratégia política do presidente Jair Bolsonaro em tentar assumir protagonismo na campanha de vacinação. A não-vacinação também é uma estratégia de alinhamento político. Os parlamentares não vacinados são apoiadores do presidente no Estado. 

Isso, no entanto, não impediu outras lideranças políticas de se vacinarem, como é o caso do vereador Carmelo Neto (Republicanos) e do deputado Delegado Cavalcante (PTB), que só tomou a primeira dose em novembro de 2021 e a segunda, no último dia 3 de janeiro.



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