Preço do litro do coco cai mais de R$ 1 com tarifaço e questões climáticas

Litro do produto, antes repassado pelos produtores por R$ 1,80, agora chega a ser encontrado por R$ 0,60

Escrito por
Ingrid Coelho ingrid.coelho@svm.com.br
Legenda: Litro da água de coco teve queda com tarifaço e questões ligadas ao clima
Foto: Davi Rocha

A La Niña, a alta produtividade dos coqueirais e o tarifaço de Donald Trump têm provocado queda nos preços praticados pelos produtores do coco em Paraipaba e região, transformando o mercado em "caos".

O litro da água de coco caiu de R$ 1,80, chegando a ser encontrado por até R$ 0,60, segundo Rita Grangeiro, empresária que têm representado o setor junto ao governo frente aos impactos das tarifas.

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"O varejo está comprometido por três fatores: a La Niña, uma super produção nos coqueirais, que acontece de tempos em tempos, e o tarifaço dos EUA. Eu digo que os três combinaram e estão fazendo uma desordem na cadeia produtiva do coco", detalha Rita.

A elevada oferta de coco verde e consequente queda nos preços estão quase inviabilizando a produção. "Os produtores não estão conseguindo pagar os custos de produção. Daqui a seis meses, a cadeia na produção do fruto será comprometida", projeta.

"O mercado de coco verde está um caos", arremata Rita Granjeiro.

Empresários aguardam auxílio do governo estadual

As principais empresas do setor no Ceará se cadastraram para receber o auxílio do governo estadual para mitigação dos impactos do tarifaço e aguardam uma nova posição. A expectativa dos empresários é que haja novidades na próxima semana.

Fábio Macêdo, diretor-executivo da Paraipaba Agroindustrial, explica que está "segurando o preço", pagando um valor que seja interessante para o produtor. "Sabemos que há fábricas pagando R$ 1, R$ 0,90, mas nós somos muito parceiros. E eles estão precisando também".

Um dos contratos da Paraipaba Agroindustrial, por exemplo, é de R$ 1,50 por litro. "A oferta está muito elevada e não tem demanda", lamenta Macêdo.

Para além do auxílio do governo estadual, Fábio afirma que a esperança agora também está no verão nas regiões Sul e Sudeste.

"Vai depender muito do verão nas regiões Sul e Sudeste, se aumentar o consumo provavelmente a gente conseguirá segurar essa situação interessante para o produtor", diz, destacando que Santa Catarina e Rio Grande do Sul são um importante mercado consumidor de água de coco no Brasil.

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