Polícia Federal mira mais um deputado federal por suspeita de desvio de emendas

Operação cumpre mandados de busca e apreensão em Brasília e no Rio Grande do Sul; Ceará também tem casos sob investigação

Escrito por
Inácio Aguiar producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 09:05)
Legenda: Durante a operação desta quinta-feira (13), os policiais apreenderam R$ 140 mil em dinheiro vivo
Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13), uma operação para apurar novas suspeitas de desvio de recursos em emendas parlamentares. Os policiais cumprem mandados de busca e apreensão em Brasília e algumas cidades do Rio Grande do Sul, em operação autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal.  

Nomes de parlamentares não foram divulgados, mas o esquema investigado envolveria fraudes na destinação e execução de emendas para um Hospital no Rio Grande do Sul. A Polícia encontrou R$ 140 mil em dinheiro vivo com os alvos dos mandatos.  

O caso ganha relevância nacional, pelo embate entre Judiciário e Legislativo, e tem um paralelo direto com o Ceará, onde investigações recentes já apontaram suspeitas semelhantes no uso desse mecanismo de distribuição de recursos. 

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No Ceará, 81 municípios que receberam recursos das chamadas emendas pix estão passando por um processo de investigação na aplicação destes recursos que, segundo o STF, têm pouca transparência. 

Além disso, uma outra investigação está sob análise do Supremo Tribunal Federal e analisa um suposto esquema de desvio de emendas no Estado que envolveria o deputado Federal Júnior Mano e o prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz, que está foragido até o momento. Os dois citados, entretanto, negam as acusações. 

Necessidade de transparência

As suspeitas em nível nacional e estadual reforçam um problema recorrente: a fragilidade nos mecanismos de controle sobre as emendas parlamentares. Embora sejam um instrumento legítimo para descentralizar recursos e atender demandas locais, a falta de transparência na execução e a dificuldade de fiscalização tornam essas verbas vulneráveis a esquemas de corrupção.  

Com bilhões de reais movimentados anualmente, o debate sobre a necessidade de maior controle e regulamentação do uso dessas emendas se torna cada vez mais urgente.