Está sob a relatoria do ministro Edson Fachin, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o pedido de registro do União Brasil, o novo partido que deve nascer da fusão de PSL e DEM e se tornar a maior sigla em representação no Congresso Nacional.
A partir desta segunda-feira (20), a Corte entra em recesso judiciário. Até o dia 31 de janeiro, os prazos processuais estão suspensos o TSE atenderá apenas em regime de plantão.
Isso significa que o processo de criação do União Brasil ficará para ser julgado, pelo menos, em fevereiro do próximo ano. Até lá, as especulações sobre as definições internas no partido vão crescer, inclusive a definição sobre quem ficará com o comando do partido no Ceará.
A disputa para definir o grupo mandatário da legenda está em momento de impasse. Por meio do presidente estadual do DEM, senador Chiquinho Feitosa, o grupo governista estadual faz ofensivas para obter o domínio da legenda de olho na formação da coligação para a sucessão de Camilo Santana (PT).
Do outro lado da disputa está o deputado federal Capitão Wagner (Pros), principal líder do grupo de oposição no Ceará, que também move peças no tabuleiro em busca de garantir para si o apoio da legenda que terá o maior tempo de propaganda no rádio e TV e maior fatia dos recursos do fundo eleitoral, que será outro ativo estratégico para a pesada disputa eleitoral no Estado.
Corrida pelo comando
No último dia 6 de dezembro, o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, esteve em Fortaleza para um almoço comandado por Capitão Wagner (Pros), onde deu sinalizações favoráveis ao pré-candidato ao governo do Estado.
Do outro lado, interlocutores governistas garantem que as negociações com o comando nacional do DEM e do PSL estão avançadas.
Como a formalização da legenda ficará só para fevereiro, até lá o cabo de guerra vai continuar. Não há a menor dúvida.
Análise
Após o evento do dia 6, nesta coluna, abordamos a relevância do encontro promovido por Capitão Wagner - que reuniu diversos nomes da oposição estadual na Capital e no Interior.
Em outro artigo, analisando o contexto, destacamos que havia articulações em andamento do lado governista e que, da forma como estava sendo conduzida a negociação, a sensação é de que as lideranças nacionais estão fazendo leilão entre as partes.
O caso do Ceará revela ainda uma disputa interna no partido que ainda nem foi criado oficialmente. PSL e DEM disputam os diretórios locais como o Ceará e estão em meio a uma outra articulação, segundo veiculado na mídia nacional.
Dirigentes do PSL, como Bivar, que deverá comandar o União Brasil, quer o partido próximo do presidenciável Sérgio Moro. No DEM, não há consenso sobre isso. Deverá ser mais um foco de divergência entre os novos correligionários.
Quando fevereiro chegar é que deverá sair uma definição.