Disputa pelo União Brasil no Ceará sugere que lideranças nacionais da sigla estão fazendo leilão

Grupos de oposição e situação no Estado disputam palmo a palmo o comando do novo partido no Ceará. Articulação chega a momento decisivo

Legenda: Diálogos seguem acontecendo tanto com Capitão Wagner como com Chiquinho Feitosa que disputam o comando da legenda no Estado

Desde que foi anunciada a fusão entre os partidos PSL e DEM, para a formação do União Brasil, as articulações de bastidores para assumir o comando do partido no Estado do Ceará estão em andamento, sem uma decisão definitiva de para onde irá caminhar a nova legenda.

Disputam o comando da sigla o deputado federal Capitão Wagner (Pros)e o senador em exercício Chiquinho Feitosa (DEM), representantes da oposição e da base governista local, respectivamente. 

Passados quase dois meses da formalização do acordo, as articulações parecem se encaminhar para uma definição no Estado, mas o excesso de versões sobre o desfecho acabam dando uma conotação negativa ao novo partido que ainda nem foi oficializado.

Veja também

Nesta segunda-feira (6), Capitão Wagner promoveu um almoço para o presidente do PSL, Luciano Bivar, em Fortaleza, em que reuniu lideranças do seu grupo político. Líderes que participaram do evento e o próprio deputado Wagner relatam ter a confirmação de Bivar de que ficarão com o comando da legenda.

Outras versões 

Do lado governista, porém, as articulações continuam. Na última semana, um almoço reuniu lideranças governistas locais e o comando nacional da legenda por meio do senador Chiquinho Feitosa, que está atuando ativamente no processo. 

Esta coluna apurou, ouvindo fontes dois dois lados, que o maior interesse do comando da nova legenda é formar a maior bancada de deputados federais na eleição do próximo ano – esse é um desejo de praticamente todos os caciques nacionais.

E isso tem uma razão simples: é o número de deputados federais que dá acesso a maior fatia de recursos do fundo eleitoral e maior tempo de propaganda no rádio e TV que garantem a barganha em ano eleitoral. 

Além disso, evidentemente, o partido que detém a maior bancada na Câmara dos deputados tende a ter maior influência sobre a pauta e na articulação com o governo.  

A forma que vem sendo conduzida a negociação por comandantes da nova legenda sugere uma espécie de leilão, no qual está em jogo o número de candidatos competitivos que cada grupo levar para a legenda em 2022 e as estruturas para um bom resultado eleitoral. Em troca, o novo gigante partidário oferece recursos do fundo eleitoral e tempo de rádio e TV.  

Evidente que faz parte do jogo político demonstrar força para atrair as maiores legendas. Neste caso, ainda mais, pois a definição trará um peso eleitoral forte para quem conseguir. Mas, da forma como estão, as negociações passam uma péssima impressão de toma lá, dá cá.