Após sete dias de competições dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, com o Brasil somando um ouro, três pratas e três bronzes até agora, uma preocupação começa a tomar conta dos torcedores brasileiros nas mídias sociais: o desempenho do nosso País está decepcionando?
Há duas formas de responder a essa pergunta: a primeira é comparar o resultado do Brasil nas competições já disputadas com as projeções feitas pelos especialistas que acompanharam todo o ciclo olímpico acerca de quantas medalhas o País deveria ter ganho a essa altura do evento.
Nesse caso, sim, o Brasil estaria abaixo do esperado. Antes de os Jogos começarem, o Bolha Olímpica analisou as chances de todos os brasileiros que competirão em Paris e projetou que, após esses sete dias, o Brasil deveria ter oito medalhas, sendo dois ouros, três pratas e três bronzes. Ou seja, estaríamos com uma medalha a menos no total.
Pela projeção do Bolha, confirmaram os pódios previstos Beatriz Souza, no judô; Rayssa Leal, no skate street; e a equipe feminina e Rebeca Andrade (individual geral), na ginástica artística. As decepções foram Mayra Aguiar e Rafaela Silva, no judô; Giovanni Vianna, no skate street; e Martine Grael/Kahena Kunze, na vela
Comparando o desempenho do Brasil com outra projeção, a do jornalista Guilherme Costa, especialista em esportes olímpicos do grupo Globo, a situação é semelhante.
Pela projeção do Gui, o Brasil também deveria ter até hoje oito medalhas, sendo um ouro, duas pratas e cinco bronzes. Confirmaram os pódios previstos por ele os mesmos quatro “acertados” pelo Bolha Olímpica e Caio Bonfim, na marcha atlética. As decepções também são iguais: as duas do judô e a da vela.
O Brasil estar apenas uma medalha abaixo do projetado por ambos nem é tão problemático assim, já que a quantidade de chances de pódios do Brasil em Paris é bem maior do que as projeções. Por exemplo: o Bolha Olímpica não projetou medalha para Marcus D’Almeida, no tiro com arco, líder do ranking mundial e que pode muito bem finalizar a competição entre os três melhores.
A segunda forma de responder a essa pergunta é lembrar em que metade das Olimpíadas o Brasil costuma ganhar a maioria de suas medalhas. Desde os Jogos de Londres 1948, o País sobe ao pódio em todas as edições do evento. E desde então, a competição tem duração igual ou aproximada da atual – 16 dias de disputas de medalha.
Analisando todas as 19 Olimpíadas de lá para cá, em apenas três o Brasil ganhou mais medalhas na primeira metade dos Jogos (a última delas, em Barcelona 1992). Em outras três, houve empate no número de pódios dos brasileiros nas duas metades do evento. E em 13 delas, a metade final olímpica reservou a maior quantidade de conquistas aos brasileiros – incluindo todas as Olimpíadas desde Atlanta 1996.
Ou seja, por essa segunda forma de entender o calendário olímpico, é a partir deste domingo, 4, que a maioria das medalhas do Brasil deve vir. Portanto, torcedores, calma!
A seleção feminina de handebol – da cearense Adriana “Doce” - tem um jogo decisivo neste sábado, 3, às 9h, contra Angola. Uma vitória garante o Brasil de volta às quartas-de-final, fase que só disputou em Londres 2012 e na Rio 2016. Empate ou derrota, manda as brasileiras de volta para casa – como ocorreu em Tóquio.
Último cearense a estrear em Paris, Matheus Lima corre nesta segunda-feira, 5, às 5h05, as eliminatórias dos 400m com barreira, com boas chances de avançar à semifinal. Ele ainda disputa o revezamento 4x400m.
Os cearenses Vittória Lopes e Manoel Messias, após terminarem as provas individuais de triatlo em 25ª e 45º, respectivamente, se despedem de Paris nesta segunda, às 3h da madrugada, na prova de revezamento misto. Eles integram a equipe brasileira ao lado de Miguel Hidalgo e Djennyfer Arnold, com os quais foram campeões do Pan de Santiago, em 2023.