Derrota histórica e demissões: Ceará vive turbulência já no início de 2022; entenda o cenário

Vovô apresentou falhas no começo da temporada, mas quer corrigir a rota antes das principais competições

Legenda: Ceará não tem apresentado bom desempenho nos últimos jogos
Foto: Thiago Gadelha

Ceará entrou na temporada 2022 com uma mensagem forte: ano de maior orçamento da história do futebol cearense. Um montante de R$ 163 milhões, com direito a R$ 11 milhões para aquisição de novos jogadores.

Apenas dois meses daquele que parecia um momento promissor do clube, o cenário de instabilidade aportou em Porangabuçu, com uma eliminação histórica e vergonhosa (para os alvinegros) no Campeonato Cearense e demissão do gestor de futebol do clube

Veja como o Vovô chegou nessa situação tão rapidamente:

Mercado aquém do esperado

 

Jorge Macedo em trabalho pelo Ceará
Legenda: Jorge Macedo ficou no Ceará por 2 anos e era o principal responsável pelas contratações do Alvinegro
Foto: Felipe Santos/ Ceará

O mercado foi movimentado. Mas da porta pra fora do Vovozão. Cerca de 20 jogadores deixaram o clube. Oito chegaram para reforçar a equipe de Tiago Nunes, principalmente no aspecto defensivo (zagueiro, três laterais, dois volantes).

Não apenas o camisa 9, mas outras opções para o ataque também não foram contratadas. Apenas Zé Roberto e Yuri Castilho foram anunciados, o segundo ainda sem apresentar bom futebol, bastante questionado pela torcida.

Pré-temporada quebrada

 

Vina em treino do Ceará
Legenda: Vina foi um dos jogadores que teve pré-temporada quebrada por conta de Covid-19
Foto: Felipe Santos/Cearasc.com

Com agravante de uma pré-temporada cheia de contratempos, como a Covid-19, o treinador Tiago Nunes teve problemas para colocar o time em campo.

Jogadores começaram a temporada tardiamente, enquanto outros tiveram trabalho interrompido.

Discurso desconectado 

 

Legenda: O técnico Tiago Nunes disse que o Ceará não era 'time de moda', nem o 'mais bonito'
Foto: Reprodução / Vozão TV

Após um Clássico-Rei que o Vovô foi dominado, mas teve bom desempenho tendo em vista os problemas de saúde, alertei aqui nesta coluna que o discurso de Tiago Nunes preocupava.

Com uma temporada ainda a se desenrolar e com vários jogos em que o Alvinegro precisava ser protagonista, a afirmação de um time 'só voluntarioso' não combinava com uma equipe que necessitaria ser criativa mais adiante. E não demorou muito para que essas contradições fossem colocadas à prova.

Baixo poderio ofensivo

 

Cléber renovou contrato com o Ceará até o fim de 2023 e foi titular sob comando de Guto Ferreira
Legenda: Cléber renovou contrato com o Ceará até o fim de 2023, mas não vive boa fase
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Sem um material humano interessante no setor ofensivo, com peças de reposição em fase delicada, como atacante Cléber, e o recuperado pós-cirurgia Jacaré, o Ceará teve problemas claros de finalização nas últimas partidas da temporada, como Sampaio Corrêa, Sport e Iguatu.

Contra o último, em especial na partida disputada na Arena Castelão, um festival de chances desperdiçadas e que fizeram muita falta. Além de tudo, contribuíram para a 'catástrofe alvinegra' na cidade interiorana.

E agora?

 

Agora, o Ceará precisa rapidamente se recompor na sua gestão de futebol e partir para suprir as claras deficiências do elenco, principalmente na fase ofensiva da equipe de Tiago Nunes.

Sem o Cearense, terá mais folga no calendário, o que vai permitir que Nunes encontre e entrose outros atletas para compor a equipe ideal. Isso em paralelo à importantíssima Copa do Brasil ($) e as fases decisivas da Copa do Nordeste.

Terá apenas 1 mês para tal, antes de se iniciarem os torneios mais importantes como Sul-Americana e Série A.