Desafio do Ceará é recuperar força mental para reencontrar boas atuações em momento decisivo

Alvinegro precisa virar a página da derrota na Copa do Nordeste e focar nos próximos desafios. Vovô depende somente de si para conquistar classificação inédita às oitavas de final da Copa Sul-Americana

Legenda: Em jogo fraco tecnicamente, Ceará ficou no 0 a 0 com o Arsenal de Sarandí
Foto: Kid Junior/SVM

É natural que todo time de futebol tenha um baque e passe por uma certa "ressaca" após a perda de um título importante. Com o Ceará não tem sido diferente. No empate em 0 a 0 com o Arsenal de Sarandí, na última quarta-feira (12), foi possível ver um time que ainda acusa o golpe. O desafio, porém, é de recuperar a força mental para reencontrar as boas atuações em um momento decisio.

O Ceará iniciou a temporada da forma ideal, aliando bons resultados com boas atuações. Nos 15 primeiros jogos, emplacou oito vitórias, seis empates e apenas uma derrota (com time reserva). Porém, o time titular, que estava invicto, perdeu quando não podia perder, logo na final da Copa do Nordeste.

É inevitável que haja um baque emocional por esta situação, sobretudo pela forma como aconteceu, nos pênaltis e em casa, quando se havia grande expectativa de conquistar a taça. Os jogadores são seres humanos e sentem também.

Acontece que o Ceará não pode remoer demais esse revés. Contra o Arsenal, foi uma equipe visivelmente inquieta, ainda desconcentrada, com queda de intensidade e cometendo mais erros que o normal. Com sinais de que ainda não virou a página.

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Retrato do momento

Mendoza puxa camisa do jogador do Arsenal e tem camisa puxada enquanto disputa bola
Legenda: Mendoza não fez bom jogo contra o Arsenal
Foto: Kid Junior/SVM

O colombiano Speed Mendoza foi o atleta que mais retratou o momento alvinegro. Fez um jogo ruim, provavelmente sua pior atuação com a camisa do Vovô, e errou nos momentos mais cruciais (desperdiçou a melhor chance do time no jogo, cara a cara com o goleiro Medina).

Isso faz dele um jogador pior? É claro que não. Como o time não é pior por conta das recentes atuações (além do Arsenal, também deixou a desejar nos dois jogos contra o Bahia).

O camisa 10 é e continuará sendo uma das principais referências ofensivas do time na temporada. Como a equipe segue sendo bem treinada, organizada e com uma identidade definida. Mas é nítido que o componente emocional está influenciando negativamente. Isso é o que precisa ser trabalhado.

Acusando o golpe

Técnico Guto Ferreira, do Ceará
Legenda: Técnico Guto Ferreira tem a missão de recuperar o aspecto emocional dos atletas
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Aliás, no decorrer do próprio jogo contra o Bahia, o Ceará já havia acusado o golpe. Em capo, o time sentiu demais o primeiro gol do time adversário, marcado por Rodriguinho. Não conseguiu reagir. Tanto é que seis minutos depois, Gilberto marcou o segundo, que iria dando o título ao time baiano logo no tempo normal.

A equipe só conseguiu esboçar reação tempo depois e com as substituições de Guto Ferreira. Tanto é que a jogada do gol sai dos pés de Marlon para a cabeça de Jael, dois atletas que iniciaram no banco.

Nas penalidades, momento em que se exige grande concentração e preparação mental, o Ceará também foi inferior ao adversário. Por isso perdeu. O aproveitamento do time principal em cobranças de pênaltis na temporada é inferior a 40%. Isso não é normal.

Há necessidade de reação. É preciso virar a página. Há pela frente um Clássico-Rei e dois jogos decisivos pela Copa Sul-Americana para definir uma classificação às oitavas de final.

Aos alvinegros, somente com maturidade e força mental será possível superar este momento de dificuldade.