Departamento de Futebol do Ceará passa a ter um norte. É preciso por em prática

Estabelecer processos para profissionalizar a gestão do Departamento de Futebol e valorizar o setor de inteligência do clube é um acerto de cara dos novos dirigentes. É preciso executar e por a teoria em prática

Legenda: Para 2024, o Ceará terá um orçamento ainda maior do que este ano, quando foi campeão do Nordeste, mas não conseguiu subir para a Série A.
Foto: Gabriel Silva/CearaSC

O Ceará viveu duas temporadas de fracassos no seu Departamento de Futebol. O acúmulo de erros, as contratações equivocadas, constantes trocas de treinadores e a incapacidade de se estabelecer um Norte de projeto esportivo foram consequência da falta de estruturação da principal pasta do clube. Porém, a reformulação no Departamento de Futebol do Alvinegro, ao menos, mostra uma luz no fim do túnel.

A entrevista de apresentação dos novos integrantes teve como mote principal a estruturação e o estabelecimento de processos no departamento, descentralizando decisões (que deverão ser colegiadas e técnicas), com foco no setor de inteligência, valorizando e dando respaldo para o trabalho de análise de desempenho e de mercado, vitais para o funcionamento de um clube de futebol no dia de hoje, e que no caso do Ceará, conta com bons profissionais (saiba quem são).

Haroldo Martins, novo diretor, falou abertamente dos erros cometidos e da necessidade de mudanças para fazer o clube "deixar de patinar no futebol". Ao menos mostrou visão e capacidade de comunicação completamente diferentes do antecessor Albeci Jr. Já Lucas Drubscky (executivo de futebol) e João Paulo Sanches (coordenador técnico) demonstraram domínio das funções que devem exercer.

“O departamento de mercado e de análise de desempenho vai ser o coração do clube. Os processos internos aqui são técnicos a partir de agora. Não vem mais em reformulação de elenco, contratação ou reposição (jogador) porque alguém gosta, porque quero, porque acho que vai ajudar. Qualquer jogador aqui, seja por oferta de agente, pedido da comissão técnica, iniciativa de alguém do clube, passa por processo técnico e não se abre mão de aval técnico a partir de agora".
Haroldo Martins
Diretor de Futebol do Ceará
 
O torcedor está cético, e tem motivos para isso. Não basta ter um discurso bonito se a execução não funcionar. Apenas uma coisa irá gerar mais confiança: resultados. Mas, ao menos pela primeira impressão, há uma luz no fim do túnel. Agora, é preciso por em prática.
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