A Arena Castelão vibrou em festa. Por todos os lados, um mar de gente. Era o despertar de um sonho, de uma multidão de 45.398 torcedores que vai demorar para entender, mas não parou de comemorar nesta sexta-feira (3): o Fortaleza Esporte Clube está na Taça Libertadores da América. É tudo real.
Mas há como explicar? O que faz um time deixar a Série C em 2017 e avançar rumo ao maior torneio de clubes da América? No Fortaleza, a história foi escrita ao vivo. Na epopéia do destino, um time movido a trabalho e objetivos. O grito da arquibancada foi de mais de 100 anos.
Em campo, o choro tomou conta do elenco, da comissão técnica e da diretoria. O técnico argentino Juan Pablo Vojvoda foi preenchido pela emoção e esbravejou ao ar, ergueu os braços e recebeu os cumprimentos do grupo de jogadores. Na Arena Castelão, a torcida assistiu tudo em êxtase.
Sensação que contagiou um por um. Aos remanescentes da Série C, a glória eterna alcançada em uma noite que consolida os últimos cinco de vivência de um clube histórico. Boeck, aos prantos, deu uma volta olímpica e saudou a torcida. Com o punho erguido, as memórias de uma batalha.
“Começou em um jogo de sete anos para hoje ser o jogo que liberta”, falou o ídolo tricolor.
Dos participantes da festa, o privilégio de um torcedor no gramado: Marcelo Paz. Não tinha como resistir, a história do clube é a dele também. E apaixonado pelo Fortaleza, assistiu o time ir da Série C à Libertadores, com diversos feitos pelo caminho. Assim, se deleitou e vibrou com todos que fazem e são Fortaleza, como Alex Santiago, Daniel de Paula e Papellin - membros da diretoria.
“Libertadooooooores, Libertadooooores”. Os cânticos surgiam de todos os setores. “Prazer, Libertadores, soy Fortaleza”, dizia o cartaz de um torcedor, depois cedido a Ronald. E a vaga foi através do um gol no Juventude com um herói inusitado, o argentino Depietri. A torcida explodiu.
Depois disso, nada mais importava. Vojvoda, em desespero, pediu o final do jogo à beira do campo. Da aflição geral, as palmas consecutivas de apoio. No grilar do apito, a certeza de que o Castelão era vermelho, azul e branco. Era a vitória de um time que não esqueceu o passado para pavimentar o futuro e chegou pela 1ª vez onde nenhum outro cearense tinha pensado em estar.
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