O Fortaleza teve elementos para vencer a partida contra o Coritiba, neste sábado (10), mas não conseguiu sair do 0 a 0 no Couto Pereira, pela 15ª rodada da Série A do Brasileiro. Apesar de atuar fora de casa, o time criou mais chances, teve a posse e - individualmente - tinha melhor plantel que os donos da casa. Nada serviu para a bola chegar nas redes.
Pelo contexto histórico, um resultado razoável: manutenção da invencibilidade (agora com sete jogos), diante de equipe tradicional e após uma partida (contra o Atlético-MG) em que teve um a menos durante todo o 2º tempo. No entanto, o placar parece desperdício pelo campanha atual.
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Entrou em campo muito próximo do G-6 aliás e saiu estagnado na tabela. E a frustração também chega porque o plano tático foi executado. No 4-2-4, conseguiu controlar o ritmo e ditou os minutos iniciais. Somente no 1º tempo, Osvaldo venceu Natanael, no 1x1, quatro vezes. Em duas, Wellington Paulista perdeu gols, conseguindo uma no travessão.
Com o meio preenchido, anulou as infiltrações rivais e desacelerou para atraí-los e desarmar os blocos de marcação, conseguindo impor a organização ofensiva. Juninho acionava a esquerda em lançamento, e Felipe Alves ligava a direita com Gabriel Dias. Não havia sequer um ímpeto maior do Coxa.
De nada adiantou tamanha superioridade com a falta de efetividade. Os números induzem até a uma fenômeno de pontaria: 12 finalizações, apenas dois na meta de Wilson.
A imposição foi cedendo com o desgaste e terminou sem perigo no fim, principalmente com as alternativas propostas por Jorginho. Yan Sasse, pelo meio, e Jonahan, aberto na direita, conseguiram gerar perigo ao Fortaleza pela velocidade e a objetividade nas jogadas. O volume foi tanto que o Coritiba pode dizer que perdeu ao não converter em gol.
Testes e manutenção
Na estratégia de Rogério Ceni, o quarteto ofensivo e melhor disponível - Yuri, Osvaldo, Romarinho e Wellington Paulista - funcionou com laterais menos agudos. O equilíbrio existiu e há aspectos para evoluir.
Yuri, por exemplo, ainda tem brechas na recomposição. Romarinho, por outro lado, pareceu sumido na função de ponta direita. Na mecânica, a dupla Osvaldo e WP9 funcionou melhor.
As mudanças também explicam conceitos: Tinga na segunda linha, quase como atacante; e Marlon de volante. As substituições indicam perfil físico e devem ficar mais recorrentes para a sequência. Mas é evidente que o elenco não oferece condições totais de replicar o estilo na etapa final sem as devidas improvisações.