Um resultado longe do planejado e construído de uma forma adversa. O duelo contra o Atlético-GO era tido como muito importante na caminhada do Ceará, que reuniu elementos para vencer até sofrer a virada, ontem, por 2 a 1, na Arena Castelão, pela 25ª rodada da Série A.
Aos 14 do segundo tempo, em gol do atacante Léo Chú, o Vovô abriu a vantagem. Os tentos são circunstâncias do duelo, as vezes até do acaso, mas o Dragão produziu mais no balanço final dos dois períodos e deixou o campo como superior: mais chutes (12 x 8) e posse (61% x 39%) também.
Em tese, a preocupação reside no modo como a equipe de Guto Ferreira encarou o compromisso. E tudo pode ser dividido por fases, dessas nítidas pela intensidade do elenco. O início foi avassalador, com sequência de finalizações e muita pressão. Aos poucos, cedeu espaço e não saiu com o pior no primeiro tempo por grandes defesas de Richard, o maior destaque da partida. O roteiro segue na volta do intervalo, com inauguração do placar em raro lance trabalhado com organização ofensiva.
O Dragão foi aos poucos tomando conta, sem ser assustado, e emendou dois tentos, aos 32 e 44. O primeiro em pênalti cometido por Felipe Silva. O goleiro Jean foi para bola e empatou. Depois com o atacante Roberson recebendo na esquerda e batendo forte para desempatar.
Os fatos se sucederam mediante a oscilação da equipe dentro de campo. Sem Vina, o Ceará pareceu desorganizado e sem lucidez para trabalhar a posse, quando teve chance, ou acionar o contra-ataque e a tradicional transição em velocidade. O time pareceu perder a identidade e, no duelo morno e de intensa marcação, o Atlético-GO soube melhor o que fazer e como executar.
Rodadas
Rendimento
De fato, há pontos positivos para extrair da partida, principalmente na leitura de Guto Ferreira no intervalo. As entradas do atacante Saulo e do volante Naressi trouxeram fôlego e também respiro técnico ao plantel.
O primeiro tem mais mobilidade que Cléber e o poder de explosão o torna interesse: foi decisivo no gol ao gerar o lance desperdiçado por Lima, quando o rebote foi aproveitado por Chú. Já o meio-campo traz uma saída de bola qualificada. A visão também é parte do pacote que o diferencia de Fabinho, característica que acrescenta.
Ambos pedem passagem no plantel titular e as atuações deixam credenciais para uma chance, tornando o Alvinegro agudo desde o apito inicial.
Para além do gol, Léo Chú também é dono da posição ofensiva, funciona como escape. O grande entrave é no meio e o retrospecto de atuações traz dúvidas sobre o que ainda podem entregar Felipe Silva e Wescley na armação.
A dupla esteve mal no jogo e recebeu a carga do coletivo que funcionou pouco. Mudar de concepção tática pode ser solução, com espaço para jogadores que possam entregar mais quando necessário. Com 32 pontos e a 9ª posição, a campanha é positiva, sempre com a percepção de que o time ainda carece de evolução e mais soluções internas.
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