Saiba quem é Ícaro Miguel, o lutador brasileiro considerado o melhor do mundo em taekwondo

Sem 90% da capacidade de visão no olho direito, o atleta já foi vice-campeão mundial em 2019 e prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima

Legenda: De Belo Horizonte, em Minas Gerais, o atleta é esperança de medalha para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Foto: Arquivo Pessoal

Considerado o melhor do mundo em sua categoria no taekwondo, o atleta brasileiro Ícaro Miguel, de 26 anos, estreia na noite deste domingo (25), às 22h15 (horário do Brasil), nas Olimpíadas de Tóquio.  

“É hoje a minha luta. Espero que vocês acompanhem daí, façam um corujão. E ‘vambora’ fazer história”, declarou o atleta em vídeo divulgado nas suas redes sociais pela manhã.

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Natural de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Ícaro foi vice-campeão mundial de taekwondo em 2019, ano em que também conquistou prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima na categoria até 80 quilos.  

Já em abril de 2021, a World Taekwondo, federação internacional da modalidade, divulgou lista em que o nome do brasileiro estampou o primeiro lugar dentre os melhores lutadores com até 87kg.

Superação 

Ícaro perdeu 90% da capacidade de visão no olho direito ainda criança, aos seis anos de idade, quando sua mãe, acidentalmente, confundiu frascos de remédio e pingou amônia em seu olho para curar de uma irritação comum pós-banho de piscina. 

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Após anos de tratamento que acabaram não repercutindo em efeitos positivos duradouros, o atleta se deparou com uma escolha difícil: se submeter a uma operação de transplante na córnea que o faria encerrar a carreira no esporte ou continuar convivendo com a limitação visual. 

Para continuar no taekwondo e conquistar o sonho de infância de ser medalhista, ele abriu mão da cirurgia

Forças Armadas 

Ítalo também já tentou entrar para as Forças Armadas do Brasil. E um dos motivos era para ter apoio financeiro para melhorar sua performance no taekwondo. No entanto, devido à deficiência visual, não foi aceito

Em entrevista publicada no Jogada do Diário do Nordeste em 2019, ele disse: “Até passei pelo processo para entrar para as Forças Armadas, mas infelizmente não consegui entrar por essa deficiência que eu tenho. Continuo na luta, quer dizer, na batalha, na luta literalmente. Eu preciso do apoio financeiro. O dinheiro da Marinha vem diretamente para os atletas, mas eu não tenho esse apoio que queria. Seria uma honra servir às Forças Armadas, mas o que eu sinto mesmo é por essa verba que não vem para mim”.