Projeto milionário de russos em Acopiara quer digitalizar novos jogadores e projetá-los para Europa
Academia de alto padrão que busca desenvolver talentos está sendo construída no Ceará
Um projeto milionário de empresários da Bielorrússia quer revolucionar o mercado do futebol brasileiro na área de captação de novos talentos. Com a intenção de formar um grande banco de dados em tempo real dos novos jogadores, uma empresa russa quer usar a tecnologia de NFTs, buscando uma simplificação e digitalização do processo de scout (observação e procura de jogadores).
E a cidade de Acopiara, município na região Centro-Sul do Ceará, foi o palco escolhido para o pontapé inicial do projeto. Com milhões de reais investidos em estrutura, dezenas de profissionais contratados e inúmeras crianças selecionadas, a empresa russa Blockchain Sports promete transformar a região nos próximos anos.
A escolha por Acopiara veio da amizade de alguns dos empresários com o ex-jogador cearense Lima, natural do município. A academia no Centro-Sul cearense é apenas o embrião do projeto. O desejo da empresa é que o modelo seja replicado em outros estados.
“Por que o Brasil? Porque a gente considera que o Brasil é a fábrica dos jovens talentos do futebol. Chegamos a esse país com o objetivo de mudar a história do futebol no Brasil para sempre, com as tecnologias”, explicou Saksonau Dzmitry, fundador do projeto.
Nos planos da Blockchain Sports, empresa que desenvolve o projeto, está a modernização de um processo comum no futebol: o scout, processo de observação e procura por jogadores através de dados e características em áreas como físico, tático, técnico e mental.
Os empresários bielorrussos planejam modernizar este processo comum no futebol, através de tecnologias recentes, como blockchain, Web3 e NFTs. Segundo a empresa, o objetivo do projeto é ajudar jovens talentos a chegar a grandes clubes de futebol.
De acordo com a empresa, a academia de futebol de alta tecnologia já está sendo construída em Acopiara. A empresa planeja oferecer, entre outras coisas, campos de futebol, complexo aquático, estádio para 10 mil pessoas, casas e hotel.
"Tudo já está em processo de construção. Já está pronto um hotel e três campos de futebol. A previsão é que no início de 2025 a gente tenha 80% da estrutura pronta. Neste momento a gente tem ênfase na construção de hotel, local de hospedagem, escola. A preparação da documentação levou muito tempo, por isso só começamos a construir três meses atrás", destaca Saksonau Dzmitry, CEO da Blockchain Sports.
'Peneiras' pelas cidades do Interior
Segundo a empresa, a academia servirá para formar jovens talentos do futebol brasileiro. A empresa firmou parceria com a Secretaria do Esporte do Estado do Ceará e 328 campos de futebol foram cedidos para a Blockchain Sports para busca de talentos em todo o Ceará.
“Peneiras” e avaliações estão sendo realizadas em diferentes locais do estado para a captação de jogadores que se adequem ao modelo desejado pela Blockchain Sports. Atualmente, 30 jogadores já foram selecionados pela empresa. A empresa promete dar todo o suporte necessário aos jovens selecionados na academia em Acopiara, através de melhores condições de vida, ampla equipe de especialistas, treinadores profissionais, alimentação individualizada e mais.
“A gente acha um talento jovem, que não tem nada, nem sapato, uma família que não tem nada para comer, leva ele para a nossa academia, dá para ele a melhor alimentação, bons treinadores, vestimenta, e mantém a família dele”, disse Dzmitry.
A empresa planeja, com esse suporte, formar jogadores aptos para atuar no futebol europeu. Neste caso, o plano da empresa é que a equipe de profissionais desenvolva diversos aspectos nos atletas, como força física, inteligência futebolística e estratégia. De acordo com a empresa, todos os jogadores da academia serão digitalizados em formato NFT, espécie de representação digital de um ativo, neste caso, do jogador. Uma pessoa que tem o NFT de um ativo, tem direito aquele ativo.
Nos planos da Blockchain Sports está que os atletas da academia sejam digitalizados em formato NFT e cada token tenham as características (físico, tático, técnico e mental) em constante avaliação, o que facilitaria o processo de scout por parte de agentes e equipes.
Veja o vídeo da maquete do projeto russo em Acopiara:
*Sob a supervisão do editor João Bandeira Neto.