Fake news atingem 85% das mensagens sobre coronavírus checadas pelo Ministério da Saúde
Essas mensagens fazem parte de um grupo de correntes, com textos em formato de notícias e áudios ligados ao novo coronavírus recebidos pela pasta no último mês, por meio do serviço "Saúde sem fake news", criado para analisar notícias falsas
Coronavírus veio do inseticida? Paciente com coronavírus foi curada em 24 horas com medicamentos de aids? Coronavírus é eliminado com tigela de água de alho bem fervida? O Ministério da Saúde alerta: tudo isso é fake news.
Essas mensagens fazem parte de um grupo de correntes, com textos em formato de notícias e áudios ligados ao novo coronavírus recebidos pela pasta no último mês, por meio do serviço "Saúde sem fake news", criado para analisar notícias falsas.
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Não é pouca coisa. De 6.500 mensagens recebidas e analisadas entre 22 de janeiro e 27 de fevereiro, 90% eram relacionadas ao novo vírus. Desse total ligado ao coronavírus, 85% eram falsas. Os dados são de balanço divulgado nesta sexta-feira (28).
Segundo o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis, foram identificadas 41 tipos de mensagens mais recorrentes sobre o tema.
O uso de vitaminas e chás que alegam curar a doença é a mais comum. "E sempre são notícias falsas, porque nenhuma dessas indicações têm comprovação científica de que possa ser benéfica para quem está com coronavírus", diz Gabbardo.
Também é frequente o recebimento de mensagens com teorias da conspiração de que o vírus teria sido criado em laboratório ou disseminado deliberadamente – tudo isso é falso, afirma a pasta.
Das informações enviadas ao canal de checagem de informações do Ministério da Saúde eram relacionadas ao novo coronavírus
Em janeiro, quando o maior número de casos novos ainda era concentrado no China e havia menos informação sobre o vírus, também era comum o envio de vídeos e fotos de pessoas caindo e desmaiando nas ruas –o problema é que tudo era "fake", de novo. "São vídeos que tinham sido publicados muito antes do aparecimento do coronavírus", afirma o secretário.
A pasta costuma colocar um carimbo de "isto é fake news" para informar quais notícias são falsas e "isso é verdadeiro" para as já checadas e confirmadas. O número para recebimento das mensagens é (61) 99289-4640.
Nas últimas semanas, a Organização Mundial de Saúde tem apontado as fake news como um dos principais desafios em relação ao novo coronavírus. A orientação é que pessoas busquem informações em fontes oficiais.
MANUAL PARA NÃO PROPAGAR FAKE NEWS
- Busque a fonte original
- Faça uma busca na internet: muitos casos já foram desmentidos
- Cheque a data: a "novidade" pode ser antiga
- Leia a notícia inteira
- Cheque o histórico de quem publicou
- Se a notícia não tem fonte, não repasse
CORONAVÍRUS
A disseminação de casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus provoca várias dúvidas. Mas, não há motivo para desespero, reforça o infectologista Danilo Campos, que foi ouvido pelo Sistema Verdes Mares para tirar dúvidas sobre o assunto. Um dos esclarecimentos feitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que pessoas que não tenham sintomas respiratórios não precisam utilizar máscara cirúrgica.
Essa não é a primeira vez que o mundo entra em alerta por causa de uma doença. Nos últimos séculos, várias epidemias amedrontaram a população e deixaram número de vítimas em grandes proporções.