Prass pede calma por cobranças e crê em evolução técnica do Ceará

O goleiro de 41 anos, que chegou ao Vovô com status de ídolo, pede paciência à torcida nos jogos iniciais e espera evolução técnica e tática do time alvinegro, projetando conquistas, como foi em toda sua carreira

Legenda: O goleiro Fernando Prass chegou ao Ceará com status de ídolo e já tinha o carinho do torcedor mesmo sem jogar
Foto: FOTO: KID JUNIOR

"Quanto mais velho a gente fica, mais fome de conquistas dá". Assim chegou Fernando Prass ao Vovô. O goleiro de 41 anos de idade traz, além da fome, muita experiência sob as redes alvinegras. A fim de um novo desafio em terras onde ainda não explorou, o atleta pousou em Porangabuçu já com status de titular.

Na concorrência para a posição, bateu Diogo Silva, Lucas França, Richard e Matheus Cabral, assumindo a camisa 1 nas primeiras partidas do Ceará em 2020 e mostrando porque sua contratação foi tão comemorada pela torcida ao fazer duas grandes defesas contra o Freipaulistano, apesar do amargo empate.

"Óbvio que todo começo de trabalho é complicado. Eu sou novo aqui, o time que começou jogando na Copa do Nordeste tinha muita gente que não estava ano passado. Tudo isso leva tempo. As pessoas precisam ter paciência", explicou Prass, titular no empate com o Ferroviário em 1 a 1 pela estreia do Cearense.

Em pré-temporada, o recém-chegado ainda não aproveitou a capital cearense, só indo "do campo para casa, da casa para o campo", sem provar da culinária local, se atendo ao churrasco para reafirmar suas raízes. Gaúcho de Viamão, Fernando, ou "Nonô", apelido usado por amigos e familiares, teve passagens marcantes por Vasco e por Palmeiras, onde fez história. Pelo Verdão, foram 274 partidas disputadas, conquistando uma Série B, uma Copa do Brasil e duas Série A. No Gigante da Colina, atuou em 248 oportunidades, faturando outra 2ª divisão e outra Copa do Brasil.

Acostumado com a pressão no ambiente esportivo, Prass não se intimida pelo Clássico-Rei batendo à porta neste sábado (1º), às 18 horas, na Arena Castelão "Se a gente viesse de dez vitórias e tivesse um clássico pela frente, a pressão ia ser igual. Não penso assim. Tem um futebol que o torcedor vê, discute, e tem o futebol que a gente tem que ter noção. Se a gente não tiver noção do trabalho e acreditar nele, não podemos nos deixar influenciar por pressões vindas de fora. Mas acho que a pressão de um clássico é sempre a mesma", afirmou o arqueiro, que fará seu 1º jogo Clássico-Rei da carreira.

Olimpíadas

O goleiro quase fez parte do grupo brasileiro que ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016, mas foi cortado por uma fratura no cotovelo direito, momento que considera o mais difícil de sua carreira. Quatro anos depois e sem perspectivas do sonho de defender as cores do Brasil ser concretizado, Fernando Prass foca em ajudar o time do Ceará a se desenvolver nesta nova temporada, para qual 12 reforços, com ele incluso, foram contratados.

"Agora teremos uma sequência para tentar evoluir fisicamente e taticamente para chegar num nível bom o mais rápido possível. Temos que entender que é um começo de temporada. Como no futebol de hoje a questão física tá muito forte, isso faz diferença", contou o atleta, que tenta repetir, em solo cearense, os feitos que o consagraram como um dos melhores na posição no Brasil.