Um bebê de três meses foi socorrido por médicos de um hospital público do Rio Grande do Norte com uma máscara de oxigênio improvisada em uma embalagem plástica de bolo. O caso inusitado aconteceu no hospital municipal de Santa Cruz, no último domingo (9), e tem repercutido nas redes sociais.
Segundo o g1, o Hospital Aluízio Bezerra confirmou a situação e detalhou que a criança deu entrada na unidade no sábado (8), com um quadro de desconforto respiratório grave, além de congestão nasal, febre, rinorreia, diarreia e vômitos.
Uma vaga de internamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica foi solicitada pela equipe médica. No entanto, a diretoria afirmou que, enquanto a transferência não era possível, foi necessário usar o suporte improvisado para manter a respiração do bebê.
Criança foi transferida para hospital especializado
A Prefeitura de Santa Cruz informou ao g1 que a criança foi transferida nesta terça (11) para o Hospital Varela Santiago, em Natal, e alegou ainda que a embalagem de bolo foi necessária para a equipe plantonista montar um leito semi-intensivo para atender à necessidade respiratória do paciente.
"São alguns improvisos que a gente precisa fazer. Realmente ajudou bastante o rapazinho a voltar a respirar bem, a ter uma boa penetração de oxigênio no pulmão. Foi fundamental para ajudar na recuperação dele", disse o médico Francisco Júnior, do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que transferiu o bebê.
Para família, médica foi 'anjo' na vida do bebê
Em entrevista à Folha de S. Paulo, a família contou que, inicialmente, o equipamento de oxigênio oferecido pela unidade hospitalar não se adequou ao bebê, devido ao tamanho. A ideia do improviso partiu da médica responsável pelo atendimento, que sugeriu a embalagem para dar o suporte de nebulização.
"Ele estava usando a máscara de nebulização, mas a boca dele começou a ressecar, pois ele já estava ali há muito tempo. Começou a ficar muito roxo, sem ar, precisando de oxigênio. Assim que colocaram a embalagem, ele imediatamente começou a melhorar", relatou a tia da criança, Karina Júlia.
A familiar afirmou ainda que a médica comunicou à mãe do paciente que faria o improviso. "Ela disse que teve uma ideia e que daria certo. Ela foi um anjo na vida dele. Se não tivesse feito isso, ele não teria resistido. Todo mundo está falando mal, mas ele resistiu graças à equipe e à médica que teve a ideia de fazer aquele capacete com tampa de bolo", declarou Karina.
O bebê nasceu com hidrocefalia e síndrome de Dandy-Walker. Além disso, usa bolsa de colostomia.