A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), afirmou nesta quarta-feira (15) que, embora tenha diminuído, "o clima no estado ainda é preocupante" devido à onda de ataques sofridos nos últimos dias. Segundo o governo local, os crimes são uma reação de presos que exigem uma revisão de políticas da administração penitenciária. .
"O clima ainda é preocupante, merece toda atenção, mas a atuação das nossas forças de segurança já têm trazido resultado, com uma redução de 60% nos ataques, comparando da segunda até esta quarta pela manhã. Tivemos cerca de 27 ataques, no geral, só que dessa terça para quarta houve uma redução porque foi contabilizado até o momento 10 ataques hoje", disse a gestora em coletiva de imprensa.
Fátima afirmou que equipes da Força Nacional, enviadas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, chegaram ao Rio Grande do Norte na madrugada desta quarta-feira (15) e começaram a atuar à tarde. Disse, ainda, que o estado deve contar com o apoio de militares e viaturas das forças de segurança do Ceará e da Paraíba.
Os militares devem atuar, especialmente, em Natal e cidades da região metropolitana da capital, além de Mossoró, na região Oeste. "Não vamos, de maneira nenhuma, recuar no que diz respeito a todas as medidas que o estado tem adotado e continuará adotando, respeitando, inclusive, a lei de execução penal, para trazer a normalidade para a vida do povo do Rio Grande do Norte", disse Fátima.
Até o momento, 31 pessoas foram presas pelos ataques. Fato que a governadora acredita ter sido fundamental para a redução dos crimes registrados nesta quarta-feira.
Presídios
O governo potiguar acredita que uma organização criminosa em específico comanda os ataques, que seriam provocados pela situação nos presídios locais. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os presos estariam reivindicando televisões e visitas íntimas. Familiares de detentos também têm pressionado por melhores condições.
Conforme o g1, o relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) do ano passado apontou situações graves nas unidades prisionais do estado, como marmitas sendo servidas com comida estragada, presos em tratamento inicial de tuberculose sendo usados como vetores de contaminação, reclusão por mais de 30 dias em celas de castigo e torturas físicas e psicológicas.
Fátima afirmou, porém, que sua gestão "jamais compactuará com nenhuma medida de arbítrio". "Jamais. Portanto, essas denúncias serão investigadas pelo próprio governo. Temos feito um esforço grande aqui no sentido de avançar nos projetos de ressocialização na área de educação, na preparação para o trabalho. O que será feito é uma investigação profunda para saber isso procede", disse a governadora.
Entenda os ataques
Várias cidades do Rio Grande do Norte têm sido alvo de ataques criminosos a prédios públicos, comércios e veículos, principalmente. Segundo o g1, há registros de ao menos duas pessoas feridas.
Os ataques afetaram o transporte público, que teve de ser suspenso ou reduzido em alguns municípios.