'Tarado do banheiro' é denunciado por fotografar e observar alunos na UnB
Universitários relatam terem sido vítimas de assédio em banheiros da instituição
Uma universitária de 22 anos denunciou, através das redes sociais, ter sido vítima de assédio sexual enquanto utilizava o banheiro, no Campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), localizado na Asa Norte. Segundo o relato, publicado na terça-feira (7), a jovem disse usar o sanitário no Instituto Central de Ciências (ICC) Sul quando percebeu estar sendo filmada.
"Quando estava dentro do box, usando o sanitário, vi que alguém estava me filmando ou tirando fotos, num momento de privacidade, na parte de cima do box. Fiquei pasma e, quando vi o celular sobre o box, fiquei sem reação. Gritei", contou a estudante.
Nessa quarta-feira (8), a instituição declarou que apura o caso e que as imagens captadas pelas câmeras de segurança da universidade "estão à disposição da Polícia Civil do Distrito Federal".
Ainda conforme o relato da aluna, "ao sair do box, não tinha nem fechado o zíper da minha calça direito, e o pervertido já estava longe". Ela disse que o homem saiu correndo e que ela precisou da ajuda de um docente, que a acompanhou até a sala de segurança. A jovem descreveu o episódio como "situação horrorosa e humilhante."
Segundo o jornal Metrópoles, investigadores revelaram que o suspeito foi identificado como sendo Jonathan Alves Ramos, de 29 anos. Ele possui antecedentes pelo crime de importunação sexual, sempre realizados em banheiros de instituições públicas ou estabelecimentos comerciais.
"Que lugar é esse, onde não se pode nem usar banheiro com segurança? As mulheres trabalhadoras e estudantes do período noturno querem e precisam de mais segurança! Hoje pude vir relatar esse ocorrido, mas podem me garantir que da próxima também irei?"
Outras vítimas
Após o relato da universitária, outros estudantes, entre eles dois homens, disseram terem sido alvo de situações similares.
Conforme as vítimas detalharam à publicação, o suspeito possui um modo de agir padrão: ele espera o indivíduo entrar na cabine do banheiro e usa alguma fresta da porta para observar o interior. Em algumas ocasiões, ele usa o celular para filmar ou fotografar as pessoas no local reservado.
Segundo um estudante, ele foi surpreendido pelo homem quando também usou um dos banheiros do ICC Sul, assim como a universitária.
“Entre uma aula e outra, cortei caminho pelo mezanino. Então, decidi ir a um banheiro. Quando estava utilizando a cabine, percebi que tinha um tarado me observando pela brecha da cabine. No começo, não acreditei, fiquei incrédulo. Mas o homem começou a olhar fixamente na brecha e dei um grito”, relembrou.
Outro rapaz contou que passou uma situação semelhante, mas dessa vez em um banheiro do ICC Norte.
“Quando me aproximei do mictório, e abri a calça, um homem se aproximou e passou a usar o mictório do meu lado, mesmo com todos os outros vazios. Isso me deixou desconfiado”, começou.
O universitário disse que percebeu que o suspeito o olhava “de canto de olho”. “Perdi a vontade de urinar. O cara estava com o ombro mexendo, em um movimento contínuo. Minha reação foi só voltar para a sala”, lembrou.
“Vi o cara na porta do banheiro, me encarando. Infelizmente é muito chato falar isso, mas não é uma situação que homens também não merecem passar, exatamente como as mulheres jamais devem experimentar”, desabafou.
Nota da UnB
Sobre o caso desta semana, a universidade reforçou que está apurando o ocorrido com a estudante.
“As imagens captadas pelas câmeras de segurança da Universidade serão entregues para investigação da Polícia Civil ainda hoje. A UnB repudia qualquer tipo de violência e reitera seu compromisso com a defesa dos direitos humanos. A Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu) já está em contato com a estudante para realizar o acolhimento necessário”, informou a UnB.
Além disso, a instituição ainda declarou que “vem aprimorando a segurança nos campi, com medidas como a instalação de mais de 550 câmeras de monitoramento, troca de lâmpadas e o estabelecimento de protocolos para lidar com situações de assédio. Também procura trabalhar a conscientização da comunidade acadêmica, com debates e cursos sobre o combate e a prevenção à violência contra a mulher e a outros grupos vulneráveis".
Antes de ir, que tal se atualizar com as notícias mais importantes do dia? Acesse o Telegram do DN e acompanhe o que está acontecendo no Brasil e no mundo com apenas um clique: https://t.me/diario_do_nordeste