Prefeitura do interior de SP aplica doses de vacinas de fabricantes diferentes em servidor municipal

Em janeiro, o funcionário público tomou uma dose da AstraZeneca e, quando voltou para a segunda dose, no último dia 19, recebeu o imunizante CoronaVac

Escrito por Diário do Nordeste/Folhapress ,
Vacina
Legenda: Servidor agora receberá uma terceira dose, correspondente ao primeiro imunizante
Foto: Thomas Kenzle/AFP

Um servidor da Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo, recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19 de um fabricante diferente da primeira. Agora, ele receberá uma terceira dose, correspondente ao primeiro imunizante.

Em 27 de janeiro, o funcionário público tomou uma dose da Oxford/Astrazeneca e, quando voltou para a segunda dose, no último dia 19, recebeu o imunizante Coronavac, do Instituto Butantan.

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Segundo a prefeitura, o servidor trabalha na área da saúde municipal e está sendo acompanhado após a falha. Em nota, a gestão municipal disse que o funcionário público foi orientado a concluir o esquema vacinal com o mesmo imunizante da primeira dose em 14 dias.

Conforme a Secretaria Municipal da Saúde, o erro foi identificado imediatamente após a aplicação da dose.

O caso do servidor não é isolado. Em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo, por exemplo, uma idosa de 81 anos recebeu a primeira dose da AstraZeneca e a segunda, da CoronaVac.

Em nota, o Instituto Butantan afirmou que não há comprovação científica sobre combinação de doses de fabricantes diferentes da vacina contra o coronavírus. 

Caso no Ceará teve desfecho diferente

Em Umirim, no interior do Ceará, o mesmo erro envolveu uma idosa de 84 anos, no último dia 7 de abril. Isaura Moura Peixoto de Sousa recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca no dia 27 de janeiro, mas o reforço foi feito com a CoronaVac. 

No entanto, após reconhecer o erro e informar que a idosa deveria tomar uma nova dose, a gestão municipal recuou com o procedimento e disse que ela tinha, de fato, completado o esquema de imunização, mesmo se tratando de fabricantes diferentes.

A decisão teve como base nota técnica do Ministério da Saúde que diz que "em casos nos quais o indivíduo tenha recebido a primeira dose de vacina Covid-19 de um produtor (fabricante) e com menos de 14 dias venha receber uma segunda dose de vacina Covid-19 de outro produtor (fabricante), a segunda dose deverá ser desconsiderada e reagendada uma segunda dose conforme intervalo indicado da primeira vacina recebida". 

Como o prazo entre as doses recebidas por Isaura foi de mais de dois meses, a Secretaria Municipal disse que o procedimento descrito em nota não era necessário.

“Entende-se que se o aprazamento entre a primeira dose e a segunda dose seja superior a 14 dias, independente do fabricante, a imunização está concluída”, disse a pasta na ocasião. 

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