Pai de médica encontrada morta no Espírito Santo diz que filha foi torturada; marido foi preso

Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, foi encontrada morta em um quarto de hotel na cidade de Colatina

Escrito por Redação ,
Samir Sagi El-Aouar ao lado da filha, a médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, e o esposo dela, Fuvio Luziano Serafim
Legenda: Pai de Juliana Pimenta Ruas El-Aouar diz que a filha foi torturada até a morte
Foto: Reprodução Redes Sociais

O pai da médica encontrada morta em um hotel de Colatina, no Espírito Santo, disse que a filha foi "torturada até a morte". O marido da vítima, Fulvio Luziano Serafim, 44, ex-prefeito de Catuji (MG), e o motorista dele, Robson Gonçalves dos Santos, foram presos em flagrante suspeitos do crime. 

Em entrevista à InterTV, afiliada da Globo em Minas Gerais, Samir Sagi El-Aouar disse que o genro já tinha agredido a vítima, Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, "algumas vezes". 

O pai de Juliana disse que ela estava tentando terminar o relacionamento com Fulvio, mas era ameaçada pelo companheiro, que não aceitava o fim da relação. "Ele realmente programou o que ele fez", contou. 

Ele também declarou, ao jornal O Tempo, que começou a desconfiar da relação abusiva do casal quando, em 2019, a filha teve sete costelas quebradas. O genro teria dito à família que isso ocorreu porque Juliana teve uma parada cardiorrespiratória e precisou "fazer massagem cardíaca".

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O crime

Juliana tinha 39 anos e foi encontrada morta dentro do quarto do hotel, na manhã do último sábado (2). 

Conforme a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para atender a um suposto homicídio nas dependências do hotel. O gerente do estabelecimento teria dito que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, o marido de Juliana compareceu à recepção do hotel, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi ao local e constatou a morte.

Segundo o boletim de ocorrência, o cenário do crime encontrado pelos peritos foi o quarto todo revirado, com vidros de remédios quebrados, sangue nas roupas de cama e a médica machucada.

No atestado de óbito da vítima, constam como causas da morte hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue), asfixia mecânica, broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória), traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral).

Suspeitos

Fulvio Luziano Serafim foi autuado por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).

Já o motorista Robson Gonçalves dos Santos foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.

Os dois homens foram encaminhados ao sistema prisional do Espírito Santo.

 

 

 

 

 

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