Mulher que matou marido em SC chegou a dormir ao lado de freezer onde corpo foi escondido

Claudia Tavares Hoeckler manteve cuidado excessivo com o eletrodoméstico e chamou atenção dos vizinhos

Escrito por Redação ,
Claudia Tavares Hoeckler e Valdemir Hoeckler
Legenda: Claudia Tavares Hoeckler escondeu corpo do marido em um freezer
Foto: Reprodução/ Facebook e YouTube

A mulher que confessou ter matado o marido e escondido o corpo dele dentro de um freezer em Lacerdópolis (SC) chegou a dormir ao lado do eletrodoméstico para evitar que o crime fosse descoberto, segundo informações do Uol.

Claudia Tavares Hoeckler, de 40 anos, manteve um cuidado excessivo com o freezer enquanto Valdemir Hoeckler ainda era tratado como desaparecido pela polícia. A atitude acabou chamando a atenção de amigos e vizinhos. 

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"Ela dormia ao lado do freezer, na sala, tinha visão no freezer. Uma vizinha ajudou na alimentação das equipes [que fizeram buscas pela vítima, até então, desaparecida] e a suspeita cuidava para que ela não fosse até o freezer. Se precisasse de alguma coisa no freezer, a suspeita buscava", contou o delegado responsável pelo caso, Gilmar Bonamigo, em entrevista ao Uol

A suspeita da polícia é de que Claudia tenha agido sozinha, inclusive, para colocar o corpo de Valdemir dentro do objeto sem precisar esquartejá-lo. "Ela conseguiu colocar o corpo inteiro no local. Não causou nenhum ferimento além da suposta asfixia", disse. 

Após confessar o crime, a mulher contou ao delegado ter usado cordas para juntar os pés e mãos do corpo do marido, já amarrados, e uma cadeira como apoio. Ao todo, o processo levou cerca de duas horas.

"Ela também teve muita dificuldade em ajeitá-lo dentro do freezer, porque ele pesava em torno de 100 quilos, mas ela é uma mulher que trabalhou na roça e lida com gado de leite, então ela tem força suficiente para isso", afirmou Bonamigo. 

Sem arrependimentos

Ainda conforme o delegado, a mulher não demonstrou qualquer arrependimento pelo crime e, mesmo com a repercussão da morte, continuou a afirmar que se sentia livre. 

"Quando ela conseguiu o intento dela, que era matá-lo, ela expressava felicidade. Ela expressava 'finalmente agora eu estou livre, sei que vou cumprir minha pena, mas o dia que eu sair, vou estar livre, não vai ter ninguém me pressionando, me ameaçando, posso caminhar por onde quiser, aquela história toda", contou. 

Como foi o crime

De acordo com relatos de Claudia, ela deu três comprimidos que induzem o sono ao marido e depois amarrou os pés e as mãos dele com cordas. 

“Ela lidou com gado de leite. Então, sabia como imobilizar vacas. Ela o amarrou porque sabia que, se não conseguisse, ele poderia reagir e ela iria ser morta”.
Gilmar Antônio Bonamigo
Delegado do caso

Após enrolar uma câmera de pneu no pescoço da vítima, asfixiou ele com um saco plástico. “Ele se desvencilhou. Mas ela conseguiu segurá-lo com uma mão. E, com a outra, pressionou a boca. Em pouco tempo, ele perdeu os sentidos e morreu”, detalhou Gilmar.

O corpo foi escondido dentro do freezer, porque ela não sabia o que fazer. “Depois disso, ela fez o que deveria fazer, como se fosse seguir a vida normalmente. E partiu para o encontro que iria fazer com as professoras”.

Entenda o caso

As buscas por Valdemir começaram na terça-feira (15), na região da Linha São Roque, em Lacerdópolis, onde ele morava com a esposa. Familiares e amigos publicaram imagens solicitando ajuda nas redes sociais.

Claudia prestou depoimento na sexta-feira (18) e aceitou que a polícia conduzisse perícia na casa onde eles moravam na noite do sábado (19). Mas ela fugiu da cidade antes do horário marcado. 

O corpo de Valdemir foi encontrado no mesmo dia, dentro do refrigerador da residência. Ele tinha uma lesão na nuca. O processo tramita em segrego de justiça. 

Homicídio e violência doméstica

O crime é tratado como homicídio qualificado por meio que dificultou a defesa da vítima. Na decisão, a juíza Flávia Carneiro de Paris apontou que a prisão da suspeita deve facilitar o andamento das investigações. 

"[A prisão] Impedirá que a representada crie embaraços para a apuração da prática criminosa, especialmente para esclarecer os motivos e as circunstâncias do crime e eventual participação de terceiros”, afirmou. 

O advogado da suspeita disse ao portal g1 que a morte foi motivada por episódios de violência doméstica. "Uma mulher maltratada e violentada, física e psicologicamente, que para preservar sua vida, matou”,  disse.

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