Médico é acusado de estuprar pacientes após realizar cirurgia para tratamento de hemorroida
O profissional teve a prisão decretada e está foragido
Pelo menos quatro pacientes denunciaram terem sido estupradas pelo médico proctologista Paulo Augusto Berchielli, de 63 anos, ao realizarem procedimentos com ele numa clínica particular em Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. O profissional teve a prisão decretada e está foragido.
Segundo a acusação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), duas das quatro vítimas afirmam que o suspeito as estuprou após serem submetidas a cirurgias para tratar quadros de hemorroida. O caso corre em segredo de Justiça, conforme o órgão. As informações são do portal Uol.
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Uma das mulheres narra que pagou cerca de R$ 5 mil para realizar o procedimento a laser na clínica de Paulo. Na ocasião, o médico teria a informado que uma assistente acompanharia o tratamento, mas isso não aconteceu e ele o fez sozinho.
Durante a cirurgia, o proctologista aplicou um anestésico e a vítima adormeceu. Ao acordar, ela relatou haver sangramento e estar com dor em toda a região pélvica, sem relação com o local em que havia sido operada.
No retorno do pós-operatório, ela denuncia que foi novamente abusada pelo profissional. A mulher detalhou que a cirurgia infeccionou e diz estar viva "por um milagre". "Ele quase me matou, quase tirou a minha vida".
Uma segunda paciente fez um relato semelhante. Ela diz ter sido abusada após uma cirurgia de hemorroida, realizada em agosto de 2022. "Estava ainda grogue por causa da anestesia, mas lembro, em flashs, dele me colocando de bruços na maca e minha cabeça batendo na parede. Vomitei. Depois de um tempo, vi que ele limpava o pênis em uma pia ao lado da maca", narrou em entrevista ao portal Metrópoles.
Ele me abusou no local onde havia feito a cirurgia [no ânus]. Fui em seguida na delegacia para registrar boletim de ocorrência"
Após a violência, a mulher procurou a 5ª Delegacia de Defesa da Mulher para denunciar o caso. Ela levou a roupa que estava vestindo durante o procedimento, e as peças foram recolhidas para perícia.
Os laudos deram negativo, mas a vítima percebeu que não havia sido colhida a mostra de sêmen da calcinha dela. Então, ela foi até a unidade policial e, no local, disse ter sido "humilhada" por duas escrivãs. A calcinha foi encontrada, analisada e, mais de um ano depois, após cobrança do MPSP, o laudo pericial foi entregue. O resultado do documento deu positivo para a presença de sêmen.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) lamentou "o atendimento recebido pela vítima" na delegacia e disse que foi instaurado um inquérito na Corregedoria para investigar a conduta das agentes de segurança. No comunicado, ainda ressaltou que "todos os laudos periciais, incluindo os das roupas íntimas, foram concluídos e anexados ao inquérito policial".
A defesa do homem ainda não se manifestou sobre o caso, conforme o portal Uol.