Exército gasta R$ 3,5 milhões em próteses penianas, e parlamentares querem investigação sobre compra

Foram adquiridas 60 próteses infláveis de silicone. Deputado Elias Vaz (PSB) oficializa pedido ao MPF e TCU

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
Legenda: A prótese peniana inflável permite que o pênis retorne ao estado de flacidez
Foto: Shutterstock

O Exército deve ser investigado pela compra de 60 próteses penianas infláveis de silicone no valor de R$ 3,5 milhões. Segundo o Metrópoles, o deputado Elias Vaz (PSB) e o senador Jorge Kajuru (Podemos) oficializarão o pedido para o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF).

Os políticos querem que os órgãos determinem o porquê da compra, por parte do Exército, dos produtos indicados para casos de disfunção erétil.

Ainda segundo o portal, o valor das próteses costuma superar os R$ 50 mil e elas podem durar entre 10 a 15 anos. 

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De acordo com dados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do Governo, três pregões eletrônicos foram realizados em 2021 solicitando a compra dos produtos. As próteses podem variar entre 10 a 25 centímetros. 

Três pregões

  • 1º Pregão: Compra de 10 próteses no valor de R$ 50.149.72 cada, aprovada dia 2 de março de 2021. Fornecido pela empresa Boston Scientific do Brasil LTDA e destinado ao Hospital Militar de Área de São Paulo;
  • 2º Pregão: Compra de 20 próteses no valor de R$ 57.647,65 cada, aprovada dia 21 de maio de 2021. Fornecida pela Quality Comercial de Produtos Médicos Hospitalares LTDA e destinado para o Hospital Militar de Área de Campo Grande, Mato Grosso do Sul;
  • 3º Pregão: Compra de 30 próteses, cada uma orçada em R$ 60.716,57, aprovada dia 8 de outubro de 2021. Fornecido pela empresa Lotus Medical Distribuidora e Comércio de Produtos Médicos Eireli e destinado para o Hospital Militar de Área de São Paulo.

Investigações sobre a compra

Na segunda-feira (11), o deputado Elias Vaz enviou um requerimento ao Ministério da Defesa solicitando explicações sobre os processos de compra de mais de 35 mil unidades de Viagra, medicamento que costuma ser usado para tratar disfunção erétil.

Oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, segundo dados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do Governo Federal obtidos pelo deputado.

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Os processos de compra foram homologados em 2020 e 2021 e permanecem válidos em 2022. Eles descrevem o medicamento pelo nome do princípio ativo, Sildenafila, nas dosagens de 25 mg e 50 mg. 

Confira a quantidade de comprimidos por órgão:

  • Marinha: 28.320
  • Exército: 5 mil 
  • Aeronáutica: 2 mil

 

Exército responde

Em nota, o Exército afirma que foram adquiridas apenas três próteses penianas pelo Exército Brasileiro, em 2021, para cirurgias de usuários do Fundo de Saúde do Exército. "É atribuição do Sistema de Saúde do Exército atender a pacientes do sexo masculino vítimas de diversos tipos de enfermidades que possam requerer a cirurgia para implantação da prótese citada", registrou.

"Cabe destacar que os processos de licitação atenderam a todas as exigências legais vigentes, bem como às recomendações médicas", informou.

Como funciona a prótese peniana inflável

Conforme o portal da Sociedade Brasileira de Urologia, a prótese peniana inflável pode ser controlado por um mecanismo presente dentro da bolsa testicular.

Assim, o pênis pode permanecer flácido durante o repouso e ser manuseado para ficar ereto durante as relações sexuais. A cirurgia requer:

  • Anestesia raquidiana, na maioria dos casos;
  • Um dia de internação hospitalar;
  • Afastamento do trabalho de sete dias. 

No entanto, o portal alerta a necessidade de escolher prótese somente após tentar outras terapias mais conservadoras de combate à disfunção erétil

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