Criciúma decreta que quem escolher qual vacina da Covid tomar vai para fim da fila
"Vacina não é vinho para você ficar escolhendo", disse o prefeito Clésio Salvaro sobre o caso
O prefeito de Criciúma, Santa Catarina, Clésio Salvaro (PSDB) assinou, nesta quinta-feira (1°), um decreto que determina que indivíduos que tentarem escolher qual imunizante contra a Covid-19 tomarão serão colocadas no fim da fila. “Todas as vacinas têm eficácia e você não tem direito de escolher vacina. Vacina boa é a aplicada no braço”, enfatizou o gestor municipal.
"A pessoa chegou lá para tomar a vacina e não tomou por que queria de uma outra marca, ou de um outro laboratório, vai assinar um termo. E, se não assinar o termo, dois profissionais assinarão, e vai passar a ser o último da fila. Só quando for vacinado todos acima de 18 anos é que este engraçadinho, que quis escolher a vacina, será vacinado"
"Vacina não é vinho para você ficar escolhendo", acrescentou o político em vídeo publicado nas redes sociais.
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A decisão Salvaro foi inspirada em uma medida semelhante decretada pelo prefeito de São Bernardo do Campo, São Paulo, Orlando Morando, que anunciou, também na quinta-feira, que quem se negar a tomar a vacina contra a Covid-19 devido à marca do imunizante terá que assinar um termo de responsabilidade que o coloca automaticamente no fim da fila da vacinação. "Coisas boas nós precisamos copiar", disse o gestor de Criciúma.
Ambas as determinações visam combater o chamado 'sommelier de vacina'. Sommelier é a pessoa responsável pela carta de vinhos dos restaurantes. No caso da imunização, o termo se refere às pessoas que estão escolhendo qual vacina tomar e, com isso, atrasando a campanha de imunização no País.
No mês passado, a atriz Fernanda Torres teria se recusado a tomar a primeira dose do fármaco da AstraZeneca no Rio de Janeiro, segundo uma colunista do jornal O Dia. Porém, uma semana depois, a artista recebeu o imunizante.
Ao se explicar sobre o caso, Torres disse que teve Covid-19 em dezembro e, até hoje, enfrenta sequelas da doença. Segundo ela, o seu D-dímero (marcador que indica formação de coágulos) teve "alta súbita" após o diagnóstico e ainda segue com níveis instáveis.
Aliado a isso, o histórico de trombose presente na família fez com que ela procurasse pela vacina da Pfizer, ao invés de tomar a AstraZeneca, em postos de saúde.
"Tenho casos de trombose na família e, mesmo sabendo do risco ínfimo, mais do que ínfimo, da vacina da AstraZeneca, procurei pela Pfizer nos postos, cuja chegada ao Brasil havia sido anunciada nos jornais dois dias antes da minha data de vacinação", relatou.
Vacinação em Criciúma
Criciúma recebeu, na quinta-feira, 7 mil doses de imunizantes que serão aplicadas na população nos próximos dias.
Nesta sexta-feira (2), das 8h às 17h, pessoas com 45 anos ou mais podem procurar os postos de vacinação na cidade para serem imunizadas. No sábado (3), também de 8h às 17h, a campanha é destinada para os indivíduos acima de 44 anos.
O Município já vacinou 83.121 pessoas com a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, dessas 25.163 já receberam a segunda etapa do fármaco, segundo dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma.