Corpo de enteada supostamente envenenada por madrasta passa por perícia no Rio de Janeiro
Segundo a Polícia Civil, o resultado está previsto para ficar pronto até segunda-feira (6)
O corpo da estudante Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, que teria sido envenenada pela madrasta Cíntia Mariano Dias Cabral, passará por perícia inovadora para detectar possíveis substâncias que tenham causado a morte dela. O resultado do exame em questão deve ficar pronto até segunda-feira (6).
A fauna cadavérica foi colhida após a exumação e está sendo analisada nos laboratórios de Entomologia Forense e Toxicologia Forense, ambos no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro.
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Segundo a perita Denise Rivera, assessora Técnica Especial da Secretaria da Polícia Civil, os reagentes devem ser colocados nas amostras para indicar qual a substância responsável pela contaminação. A informação é de que a técnica será utilizada pela primeira vez em casos de investigações sobre envenenamentos no Rio.
Morte da jovem
Fernanda deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer no dia 15 de março deste ano e morreu 12 dias depois, segundo informa o inquérito da 33ª DP (Realengo). A internação ocorreu após a jovem passar mal na casa do pai Adeílson Cabral, que morava com Cíntia.
Antes disso, ela caiu no chão do banheiro, ficou encharcada de suor, sentiu dificuldade para respirar, além de ter a língua enrolada e a boca tomada por espuma. Sem responder ao tratamento, ela faleceu e o atestado de óbito mostrou falência múltipla dos órgãos em decorrência de causas naturais.
No último dia 15 de maio, o irmão da estudante, Bruno Carvalho Cabral, foi internado no mesmo hospital sob as mesmas circunstâncias. Ele reclamou do almoço servido por Cíntia e chegou a afirmar que o feijão estava com um gosto amargo.
No Albert Schweitzer, ele passou por lavagem gástrica e teve intoxicação exógena diagnosticada. Bruno relatou à mãe que encontrou pedrinhas azuis na comida.
O jovem passou por exames do IML, que detectaram os materiais, mas não mostraram a presença de inseticidas ou outras substâncias tóxicas.
Por conta disso, Cíntia foi presa temporariamente por tentativa de homicídio, mas nega o crime. Segundo as investigações, os envenenamentos teriam ocorrido por ciúmes dela com a relação entre o marido e os filhos biológicos.
Assassinato de ex-namorado
Cíntia também é investigada ainda por envenenar o então namorado, o dentista Pedro Jose Bello Gomes, de 64 anos, no dia 29 de setembro de 2018. Ela e o parceiro estavam na varanda do apartamento na esquina do Recreio dos Bandeirantes, no Rio, quando ele passou mal. O homem chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
A morte dele foi lavrada no 14º Registro Civil de Pessoas Naturais por acidente vascular cerebral hemorrágico e de hipertensão arterial sistêmica. No entanto, a Polícia Civil do Rio suspeita que ele possa ter sido envenenado pela companheira. Ele apresentou os mesmo sintomas que os enteados da suspeita: língua enrolada, baba excessiva e palidez.
Querosene à criança de 6 anos
O filho da autônoma informou ainda à Polícia Civil, que a mãe pode ter envenenado com querosene uma criança de seis anos. A vítima era meia-irmã dele por parte de pai.
O caso ocorreu há 20 anos, muito antes de a mulher ser presa por suspeita de colocar chumbinho no feijão de dois enteados.
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