Após nova crise com garimpeiros ilegais, governo envia comitiva ao território Yanomami

As ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, dos Povos Indígenas e da Saúde estão no território e devem anunciar ações de reforço de segurança na área

Escrito por Diário do Nordeste/ Agência Brasil ,
Legenda: Três indígenas foram baleados no final de semana, resultando em uma morte
Foto: Agência Brasil

Após conflitos no final de semana, que resultaram na morte de quatro garimpeiros e no ferimento de três indígenas, o governo enviou nesta segunda-feira (1º) uma equipe multiministerial ao território Yanomami. As ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara e da Saúde, Nisia Trindade, devem anunciar ações de reforço de segurança na área nesta tarde.

No último sábado (29), a comunidade indígena sofreu um ataque, que resultou em três Yanomami baleados. Segundo lideranças indígenas, uma das vítimas, um agente de saúde que atuava na comunidade, morreu no local e as outras duas vítimas foram socorridas no posto de saúde que funciona na própria reserva e, posteriormente, transferidas para o Hospital Geral de Roraima, onde estão internadas.

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No domingo (30), quatro garimpeiros ilegais morreram em uma troca de tiros com a Polícia Rodoviária Federal e Ibama. Os policiais apreenderam um arsenal de armas, com fuzil, três pistolas, sete espingardas e duas miras holográficas, além de munição de diversos calibres, carregadores e outros equipamentos bélicos.

Ações de desintrusão de criminosos

Sônia Guajajara confirmou a ida da comitiva por meio do Twitter. Ela também pediu reforço por parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal (PF) para apurar informações sobre o caso. 

“A situação de invasores na Terra Indígena Yanomami vem de muitos anos e, mesmo com todos os esforços sendo realizados pelo governo federal, ainda faltam muitas ações coordenadas até a retirada de todos os invasores do território.” 

Em nota, a PF informou que, com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), enviou, na madrugada de ontem (30), duas equipes ao local “com o intuito de investigar o ocorrido e interromper eventuais agressões que ainda estivessem em andamento”. 

“Indígenas teriam entrado em confronto e trocado tiros com garimpeiros na data de sábado (29)”, destacou o comunicado. “Durante as diligências, a PF apurou indícios dos crimes cometidos contra os indígenas, ouviu testemunhas, realizou perícia de local de crime e aguarda a elaboração dos respectivos laudos e relatórios para prosseguimento das investigações”. 

Confronto entre garimpeiros e a PRF

Além do ocorrido no domingo, garimpeiros ilegais já haviam entrado em conflito com a PRF outras vezes. O primeiro ataque a tiros foi no dia 23 de fevereiro, na base de fiscalização montada na comunidade Palimiú, no rio Uraricoera. Garimpeiros armados furaram o bloqueio e atiraram contra agentes do Ibama. Um dos invasores foi baleado na reação da polícia.

Outro confronto ocorreu no dia 14 de março, durante abordagem a garimpeiros na região de Waikás, no Rio Uraricoera. Ninguém ficou ferido e dois garimpeiros foram detidos.

O último ataque ocorreu na região do rio Couto de Magalhães, no dia 28 de abril. Garimpeiros alvejaram o helicóptero em que os agentes da PRF estavam, mas ninguém se feriu. Os equipamentos dos invasores foram destruídos pelo Ibama e PRF.

 

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