Após acidente com criança, MP diz que desfile no Sambódromo violou normas de segurança
Raquel Antunes, de 11 anos, que sofreu um acidente com um carro na dispersão no Sambódromo, está com um quadro estável no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro
Após acidente que deixou uma menina de 11 anos gravemente ferida em um carro alegórico, nesta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro, o Ministério Público do Estado (MPRJ) informou que o desfile de escolas no Sambódromo do Rio violou as normas de segurança determinadas com antecedência pela Justiça.
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A avaliação foi anunciada, nesta quinta-feira (21), pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e da Juventude da Capital do MPRJ.
Segundo o órgão, um documento enviado em março aos organizadores do evento continha a recomendação específica da necessidade de segurança na dispersão dos carros alegóricos.
Acidente
Uma menina de 11 anos, chamada Raquel Antunes da Silva, sofreu um acidente com um carro alegórico na dispersão do Sambódromo do Rio e precisou ter uma perna amputada. O quadro dela é grave, mas é considerado estável.
A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e da Juventude da Capital informou que vai ajuizar uma ação civil pública por causa da violação das determinações feitas com antecedência, inclusive a que alertava sobre a presença de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Raquel teria subido no carro alegórico da escola de samba "Em Cima da Hora" enquanto a mãe observava a passagem de outras agremiações de carnaval na avenida. Neste instante, o veículo passou em um trecho estreito e as pernas da menina foram prensadas contra um poste.
A entrada dos desfiles da Série Ouro precisou ser adiada por cerca de uma hora por causa da perícia da Polícia Civil. Durante esse intervalo, a via ficou interditada. Em 2017, um acidente grave com o carro alegórico da Paraíso do Tuiuti deixou ao menos 20 feridos na Marquês de Sapucaí.
Apesar do atraso, sete escolas de samba se apresentaram no primeiro dia do carnaval fora de época. Foram elas: Em cima da Hora, Acadêmicos do Cubango, Unidos da Ponte, Unidos do Porto da Pedra, União da Ilha do Governador, Unidos de Bangu e Acadêmicos do Sossego.
A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) emitiram nota em solidariedade à menina.
Estado de saúde da criança
Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, que sofreu um acidente com um carro na dispersão no Sambódromo do Rio, está com um quadro estável no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio.
Ela não corre risco de perder a outra perna após ter passado por uma amputação, disse Rosana Silva, tia da menina, em entrevista na manhã desta quinta-feira (21).
"Agora, é só oração e vamos ver se ela sai dessa. Ela não vai perder a outra perna, não. Ela já operou e está estável", afirmou Rosana.
A menina teve uma das pernas amputada após passar por uma cirurgia durante a madrugada, informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo a secretaria, ela permanece internada em estado grave.