Anvisa aprova consulta pública para revisar a proibição de cigarro eletrônico
A proposta foi aprovada por unanimidade pela diretoria da agência
Por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília, aprovou a abertura de uma proposta de consulta pública para revisar a proibição de cigarros eletrônicos no Brasil, nesta sexta-feira (1º).
O órgão proíbe desde 2009 a fabricação, a comercialização, a importação e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, que são popularmente conhecidos como vape. Segundo a proposta, a sociedade civil terá 60 dias para participar da pesquisa.
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A reunião, transmitida no YouTube através do canal oficial da Anvisa, contou com diversas manifestações, por meio de vídeo, do setor regulado, de entidades civis e da população em geral.
Foram ouvidas mais de 60 pessoas com opiniões favoráveis e contrárias à regulamentação dos cigarros eletrônicos.
Protestos contra a proibição do cigarro eletrônico
Enquanto a diretoria colegiada da Anvisa se reunia, um grupo de cerca de 20 pessoas ligadas à organização não governamental (ONG) Direta - Diretório de Informações para a Redução de Danos do Tabagismo realizou um protesto em frente à sede da Anvisa. Os manifestantes defendiam a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil.
Riscos à saúde
Os cigarros eletrônicos surgiram com a promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum, mas a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta para os riscos à saúde.
Segundo a AMB, a maioria absoluta dos vapes contém nicotina – droga psicoativa responsável pela dependência e que, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos, liberando substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.
De acordo com a entidade, nos cigarros eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma líquida, com forte poder aditivo, ao lado de solventes (propilenoglicol ou glicerol), água, flavorizantes (cerca de 16 mil tipos), aromatizantes e substâncias destinadas a produzir um vapor mais suave, para facilitar a tragada e a absorção pelo trato respiratório. “Foram identificadas, centenas de substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas tóxicas e cancerígenas".
Ainda de acordo com a AMB, o uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, aumento da rigidez arterial em voluntários saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do miocárdio, da mesma forma que os cigarros tradicionais. Em estudos de laboratório, o cigarro eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e bexiga.