Vítimas de seita religiosa no Quênia foram encontradas sem órgãos, aponta autópsia
Laudo menciona "tráfico de órgãos humanos bem coordenado"
As vítimas de seita evangélica no Quênia, descobertas em abril na floresta de Shakahola, foram encontradas com a ausência de alguns órgãos, segundo apontou a autópsia. O documento judicial foi divulgado nesta terça-feira (9), após 112 corpos serem investigados.
As vítimas do chamado Massacre da Floresta de Shakahola aparentemente faziam parte da igreja liderada por Mackenzie e morreram devido à falta de alimentação. Conforme informado por relatório emitido pelas autoridades locais, o pastor as fez acreditar que, através do jejum, “conheceriam Jesus”.
"Laudos de autópsia revelaram que faltavam órgãos em alguns corpos das vítimas que foram exumados até agora".
A documento, com data de segunda-feira (8), ainda menciona "tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores".
QUEM É O PASTOR?
Antes de transformar-se em um “líder espiritual”, Paul Mackenzie trabalhava como taxista. Em 2003, decidiu fundar a Igreja Internacional de Boas Novas, congregação que se basearia nos princípios cristãos. Atualmente, a igreja possui mais de 3 mil membros e diversas filiais no país.
O pastor costumava propagar um programa intitulado “Mensagem dos Últimos Tempos”, em que abordava pregações e profecias sobre o “final dos tempos”. Ele afirmava “levar o evangelho do nosso senhor Jesus Cristo, livre do engano e do intelecto do homem”.
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Paul será processado por "terrorismo". Na autópsia, o médico Johansen Oduor ainda detalhou que algumas vítimas foram estranguladas, golpeadas e afogadas.
No documento, a Direção de Investigações Criminais (DCI) pediu o bloqueio das contas bancárias do pastor Ezekiel Odero, detido em 28 de abril por este caso e solto na quinta-feira (4), sob fiança.
Segundo o DCI, este influente religioso recebeu "enormes transações em espécie", procedentes das quantias entregues pelos fiéis a Mackenzie, que pediu a eles que vendessem suas propriedades.