Quando serão as eleições da Argentina? Veja data, como funciona e os principais candidatos
Três nomes lideram as pesquisas de intenção de voto no país
As eleições presidenciais na Argentina têm o primeiro turno marcado para este domingo (22) com três principais nomes liderando as pesquisas de intenção de voto. Caso não seja decidido, o pleito terá novo turno no dia 19 de novembro.
Os três principais candidatos na disputa à presidência são Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrich. De 12 pesquisas consultadas pelo jornal argentino “La Nación”, Milei ocupa o topo de 11. Em duas delas, com 35,6% e 35,5%; nas demais, entre 34,7% e 33%.
Massa aparece em sequência, com 26% e 32,2%. Já Patricia figura em terceiro, 21,8% e 28,9%. Outros dois políticos concorrem, com menos expressividade.
As eleições gerais definirão ainda 130 vagas para deputados no Congresso Nacional e um terço da composição do Senado argentino, o que corresponde a 24 membros.
Em Buenos Aires e outras províncias será feita, em simultâneo, a escolha dos governadores, parlamentos locais e autoridades municipais.
Como funcionam as eleições na Argentina?
As eleições para presidente na Argentina são diferentes do Brasil. O processo tem início antes do primeiro turno, com as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, chamadas de “Paso”.
Elas são, na prática, uma espécie de “pesquisa de clima”, por meio das quais os partidos definem quem são os melhores candidatos para a disputa oficial das eleições.
Legendas que não alcançam, nessa fase, o mínimo de 1,5% dos votos são impedidas de participar das eleições.
É também no “Paso” o momento em que os argentinos escolhem quais candidatos concorrerão aos cargos do Parlamento do Mercosul, à Câmara dos Deputados e ao Senado.
Assim como no Brasil, o voto é obrigatório e secreto a eleitores com idade entre 18 e 70 anos, e quem se abstém da obrigação sem dar justificativa oficial deve pagar multa. Apesar disso, quem não vota no Paso pode votar normalmente nas eleições gerais.
Para que o presidente seja escolhido no primeiro turno, ele deve receber no mínimo 45% dos votos ou 40%, mas desde que, neste último caso, haja uma diferença superior a 10 pontos percentuais para o segundo colocado.
Essa é uma das principais diferenças em relação ao pleito brasileiro, no qual o candidato deve alcançar 50% dos votos mais um para ser eleito em primeiro turno.
Quem são os candidatos?
No total, cinco candidatos concorrem ao cargo máximo do Poder Executivo argentino, mas somente três deles têm reais chances de disputa.
Javier Milei
Candidato mais votado nas primárias realizadas em agosto, com 30,2% dos votos válidos, Milei tem 52 anos e é considerado de extrema-direita. Ele está ligado à coalizão conservadora Libertad Avanza (Liberdade Avança) e foi eleito deputado federal em novembro de 2021.
Ele defende bandeiras como a dolarização da economia argentina, privatização de estatais, e a não regulamentação do porte de armas. Na economia, pretende fechar o banco central argentino, abandonar o “peso” como moeda e, por efeito, sair do Mercosul.
Ideologicamente, se posiciona contra o aborto, se opõe ao fato de que as mudanças climáticas são causadas pelas ações humanas, questiona a educação sexual nas escolas e se identifica com Jair Bolsonaro e Donald Trump.
Patricia Bullrich
Candidata de centro-direita, Patricia Bullrich, de 67 anos, integra a maior coligação da oposição, Juntos pela Mudança – ligada ao ex-presidente Mauricio Macri, que liderou a Argentina de dezembro de 2015 a dezembro de 2019.
Patricia ficou em segundo lugar nas primárias, com 28% dos votos.
O programa de governo inclui como objetivos a reforma estatal, o aumento da produção, a independência do Banco Central, a extinção dos impostos para exportação de grãos e um sistema de equilíbrio entre peso (moeda atual) e dólar.
Sergio Massa
É o atual ministro da Economia argentino. De alinhamento centro-esquerda, é ex-presidente da Câmara dos Deputados e integra a coalizão Unión por la Patria (União pela Pátria).
Massa figurou em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, mas ocupou a terceira posição nas eleições primárias realizadas em agosto, com pouco mais de 27% dos votos.
Defende pautas como o equilíbrio fiscal, o câmbio competitivo e o superávit comercial, e promete reduzir a inflação e melhorar o poder de compra dos assalariados. Na educação, quer promover a formação tecnológica como parte do currículo do ensino médio do país.