Portando passaportes brasileiros, dois russos são presos suspeitos de espionagem
Homens, que fingiam ser brasileiros, foram detidos na Europa
Dois supostos espiões russos foram presos na Europa, sob a suspeita de fingirem ser brasileiros com passaporte. A história, que mais parece enredo de filme de ação, foi exibida na noite deste domingo (28), no Fantástico.
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Preso no fim de outubro em Tromso, extremo norte da Noruega, um dos suspeitos apresentava-se como o pesquisador José Assis Giammaria. O que seus conhecidos não imaginavam é que, na realidade, o homem é Mikhail Mikhushin, um coronel russo.
Sete meses antes de sua prisão, outro conterrâneo havia sido detido sob acusação parecida: Sergey Vladimirovich Cherkasov identificava-se como o brasileiro Victor Muller Ferreira. Preso na Holanda, Sergey foi devolvido ao Brasil, onde permanece na carceragem da Polícia Federal em São Paulo.
ENTENDA A HISTÓRIA
Durante as primeiras semanas preso em território brasileiro, Sergey negou sua nacionalidade: o homem afirmava ser Victor, o filho de uma brasileira com um português, que havia sido criado por uma tia na Argentina. Entretanto, após receber a visita de um diplomata russo, o suspeito finalmente confessou sua real identidade, mas continuou negando ser um espião.
A história ganhou mais uma reviravolta quando as investigações mostraram que, aparentemente, Cherkasov mentiu. Em seus equipamentos de computação, peritos descobriram um arquivo de texto com instruções para uma atividade conhecida como “dead drop”. No comando, o espião costuma esconder uma encomenda, que, mais tarde, é recuperada por um comparsa.
No arquivo apreendido, a polícia encontrou instruções para dois “dead drops” no Brasil. Para averiguar as informações, dois investigadores foram enviados até os locais indicados, onde acharam as encomendas: um pen drive e um pacote enrolado em fita adesiva.
O conteúdo encontrado não foi divulgado, e a Polícia Federal não informou se as investigações sobre espionagem seguem adiante. Por isso, o russo segue preso apenas sob a acusação de passaporte brasileiro falso.
Sergey solicitou prisão domiciliar, que seria realizada no consulado russo em São Paulo. O Fantástico entrou em contato com a representação russa, questionando-a se é normal oferecer abrigo a alguém que eles dizem ser um traficante condenado. O programa não obteve resposta.
Quanto ao coronel Mikhail Mikhushin, ainda não se sabe se o suspeito chegou a realmente morar no Brasil, ou se apenas usava o passaporte brasileiro.
MAIS PERGUNTAS
De acordo com a atração da Rede Globo, a Polícia Federal teria pedido, em julho passado, que as provas fossem destruídas, argumentando que pertenciam a Victor Ferreira, uma pessoa inexistente. O juiz, porém, negou a solicitação, compreendendo que a destruição atrapalharia as investigações da própria Polícia Federal.
Questionada pelo Fantástico, a corporação preferiu não dar informações.