Empresário Daniel Noboa é eleito presidente do Equador
Empresário obteve 52% dos votos
O empresário Daniel Noboa, de 35 anos, venceu o segundo turno das eleições presidenciais do Equador nesse domingo (15) e será o chefe de Estado mais jovem da história do País. Herdeiro de um império do setor bananeiro, Noboa recebeu 52% dos votos, superando Luisa González (48%), apoiada pelo ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
O resultado foi um dos piores reveses do correísmo, que perdeu pela segunda vez consecutiva uma eleição presidencial após anos de popularidade.
Filho de um dos homens mais ricos do país, Álvaro Noboa, Daniel tem uma experiência curta na política. Foram apenas dois anos como deputado na Assembleia Nacional. Com o resultado, ele conquista um sonho almejado e nunca alcançado pelo pai, que disputou cinco eleições presidenciais e perdeu todas. Daniel governará o país até 2025.
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Pelas redes sociais, Daniel Noboa afirmou que o país "fez história" neste domingo. "Hoje fizemos história, as famílias equatorianas elegeram um Novo Equador, elegeram um país com segurança e emprego. Lutemos por um país de realidades, onde as promessas não acabam na campanha e a corrupção seja castigada. Obrigado, Equador".
Violência
Noboa assumirá em dezembro, em data a ser definida, e enfrentará um cenário muito complexo: os inéditos índices de insegurança se somam a um difícil quadro socio-econômico, com altos níveis de pobreza e desemprego.
As eleições deste ano foram marcadas por episódios de violência durante a campanha. Nos últimos meses, políticos e candidatos a cargos governamentais foram mortos no país. Dentre eles, o candidato presidencial Fernando Villavicencio, antes do primeiro turno, em agosto. A violência matou outros sete dirigentes políticos durante a campanha.
Daniel Noboa
Daniel Noboa é herdeiro de Álvaro Noboa, magnata do setor de bananas do Equador. Muito ativo nas redes sociais, o novo presidente promete dinamizar a economia com linhas de crédito e benefícios fiscais para pequenas e médias empresas.
Assim como González, ele prometeu uma política de linha dura contra os grupos de narcotraficantes. Sua proposta mais comentada foi a de criar navios-prisão para isolar os detentos de suas redes criminosas.
"Houve momentos de ansiedade, quando você vê que os números ainda não acompanham você (...) e momentos duros, quando matam um dos seus adversários, e você diz 'bem, eu estou dizendo coisas similares que ele, talvez eles me matem também'", disse em entrevista à AFP dias após a boa votação no primeiro turno.