Crise social no Chile se agrava com 18 mortos e toque de recolher
A onda de protestos violentos contra o aumento do custo de vida já resultou na morte de 18 pessoas, enquanto o Governo toma medidas para conter a insatisfação popular
Enquanto o número de mortos nos violentos protestos no Chile sobe a cada dia, o Governo do presidente conservador Sebastián Piñera toma medidas paliativas para conter a crise social que se abateu, desde a semana passada. Nesta quarta-feira, o Banco Central do Chile reduziu sua taxa básica de juros de 2% para 1,75% e advertiu que a agitação social, que já deixou 18 mortos, vai impactar a economia do país andino.
As Forças Armadas a cargo da segurança da capital Santiago decretaram, nesta quarta-feira, pelo quinto dia consecutivo um toque de recolher e anteciparam, em duas horas, o início da medida com relação à véspera para fazer frente a uma crise social que não cede.
A Junta Nacional da Defesa decretou "toque de recolher na região metropolitana entre as 22h de 23 de outubro e as 4h" de quinta, informou o Exército em comunicado.
Milhares de pessoas protestaram, nesta quarta-feira, nas ruas de Santiago e em outras cidades do Chile em resposta a uma convocação de greve geral em meio aos protestos, apesar dos gestos de conciliação de Sebastián Piñera.
Estudantes, aposentados, professores, funcionários públicos e membros dos serviços de saúde pública acolheram o chamado da Central Unitária de Trabalhadores (CUT) e outras vinte organizações sociais, em meio ao estado de emergência e o toque de recolher em vigor no país, na pior revolta social no Chile em pelo menos três décadas.
Três pessoas, entre eles uma criança de 4 anos, se somaram, nesta quarta-feira, à uma lista oficial de 18 mortos, cinco deles por ação das forças de ordem.
Uma criança e um homem morreram quando um motorista embriagado jogou seu veículo contra um grupo de manifestantes, enquanto outra pessoa morreu depois de ter sido agredida por policiais, segundo seus familiares.