Autor de best-seller e clássicos teológicos, papa Bento XVI se destacou como escritor

Papa emérito faleceu neste sábado (31), aos 95 anos

Escrito por Redação ,
Bento XVI
Legenda: O papa emérito Bento XVI faleceu neste sábado (31)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Mundialmente conhecido após se tornar o Papa Bento XVI, Joseph Aloisius Ratzinger também é um escritor de livros best-sellers, inclusive considerado por críticos como tendo feito grandes contribuições à teologia. O Papa Bento XVI morreu neste sábado (31), aos 95 anos. 

Pouco tempo após suceder João Paulo II, em 2005, o pontífice lançou a série de livros "Jesus de Nazaré". Nela, é narrada a história de vida de Jesus, a partir de um viés histório e teológico. Best-seller em muitos países, essa foi a primeira obra escrita por Bento XVI já como papa. 

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Antes disso, no entanto, ele já havia lançado outros livros, inclusive alguns que viriam a se tornar clássicos acadêmicos, como o “Introdução ao Cristianismo”, que compila lições universitárias publicadas em 1968. No total, as publicações do papa emérito ultrapassam 500 títulos. 

Bento XVI escrevia desde o período em que foi professor de teologia, continuando após ser nomeado bispo e arcebispo. Também lançou obras durante o período em que foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

O objetivo deste escritório no Vaticano é prezar pela manutenção das tradições e pela conservação das doutrinas católicas. Ele ocupou este cargo durante o papado de João Paulo II, tornando-se o principal responsável pelas questões morais durante o papado de seu antecessor. 

Além disso, escreveu quatro encíclicas - documento mais importante feito por um papa. Ele assinou três delas e deixou uma pronta para o papa Francisco assinar. Em uma delas, a  Caritas in veritate (“Caridade na verdade”), Bento XVI desafiou o mundo a encontrar modelos de desenvolvimento social e econômico mais humanos, centrados no amor.

“Os oito anos de seu ministério foram uma espécie de grandes exercícios espirituais dos quais a Igreja precisava para consolidar o castelo interior e fortalecer a própria alma”, escreveu o autor do livro "Bento XVI: A vida", o jornalista alemão Peter Seewald.

Bento XVI dominava ainda seis idiomas: alemão, italiano, francês, latim, inglês e castelhano, além de ter conhecimentos de português. Ele também era um admirador da música clássica, tendo especial apreço pelas obras de Mozart, além de tocar piano. 

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