Visando evitar a transmissão local da variante indiana do coronavírus no Brasil, a Secretaria de Saúde do Maranhão monitora cem pessoas que tiveram contato ou estiveram no mesmo ambiente dos infectados com a B.1.617. Os testes tiveram início nesta sexta-feira (21).
A variante foi confirmada em seis amostras coletadas em tripulantes do navio MV Shandong da ZHI, com bandeira de Hong Kong, ancorado em alto-mar na costa de São Luís, desde o dia 7 de maio.
A maioria dos exames está sendo feita em pessoas que trabalham no hospital onde um dos tripulantes da embarcação está internado. Os testes estão sendo supervisionados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Até o momento, no entanto, nenhum resultado da testagem foi divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde.
Segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino, não há transmissão local da doença. Ele disse ainda que os três portos do Maranhão não serão fechados.
"Vamos imaginar que isso fosse possível [fechamento dos portos], mesmo faltando gasolina, por exemplo. Ainda assim, o estado não tem competência legal para tal medida extrema", postou nas redes sociais.
Em entrevista coletiva, ele disse que o estado está tomando os cuidados necessários. "Essa cepa [variante] está em vários países, inclusive vizinhos do Brasil. Tendo em vista o descontrole sanitário que nosso país vive há um ano e três meses, muito provavelmente a cepa chegará aqui, mas, nesse caso do tripulante indiano, estamos tomando a providência que nos cabe", disse.
Internação
O tripulante internado está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular de São Luís desde o último sábado (15).
Dos 15 tripulantes que confirmaram estar com Covid-19, seis apresentaram resultado positivo para a sublinhagem B.1.617.2. As amostras tiveram o sequenciamento genômico realizado no Instituto Evandro Chagas, no Pará.
No total, 23 tripulantes estão em quarentena, isolados em cabines individuais, na embarcação. A Secretaria Estadual de Saúde comunicou que dois deles apresentam sintomas leves e 12 continuam assintomáticos.
A B.1.617 surgiu em outubro de 2020, mas, até o início de abril, ela correspondia a cerca de 24% das amostras sequenciadas do vírus na Índia. Já no dia 24 de abril, ela era dominante e representava mais de 80% das amostras analisadas.