Cadela morre durante translado entre São Luís e São Paulo, e família recebe corpo em caixa de gelo
Família aponta negligência da empresa que transportava animal
A Polícia Civil do Maranhão investiga um caso de negligência por parte de uma transportadora, após a morte da cadela Gaya, em 28 de junho.
O animal morreu durante uma viagem de São Luís até São Paulo, por um meio de transporte terrestre que passaria por 11 estados e pelo Distrito Federal.
A tutora de Gaya, Jakeline Jovita, disse que optou pelo transporte terrestre por medo que a cadela pudesse morrer durante o trajeto aéreo, como aconteceu no caso do cão Joca, que ganhou repercussão.
Gaya foi devolvida aos tutores em uma caixa de isopor com água, enrolada em plástico.
A viagem fazia parte de uma das etapas da mudança da família para São Paulo. A quantidade de paradas era motivada pelo transporte de outros animais, que ficariam em outros pontos do trajeto.
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Jakeline disse que a empresa Moovipet, responsável pelo translado de Gaya, demorou para enviar o link de rastreio do veículo, o que tornou mais difícil para a família ter notícias da cadela.
“Mediante ao não envio do link de rastreio, não tivemos parâmetros de horário de quando iam chegar, sendo que a Gaya foi entregue por minhas filhas menores que estavam em casa no momento [de entrega do animal]. A partir daí, não tive mais notícias da Gaya”, disse Jakeline.
Durante o trajeto, a família percebeu que ao chegar no Pará, dia 27 de junho, o veículo ficou parado por várias horas. Eles entraram em contato com a empresa, mas mesmo após várias tentativas não receberam retorno.
A Moovipet respondeu apenas na manhã seguinte. A empresa então explicou que a van tinha passado por um problema mecânico e a viagem atrasaria devido aos reparos. Foi frisado, no entanto, que os animais estavam bem e os tutores não precisavam se preocupar.
Tutora recebeu foto que demonstrava que algo estava errado
Preocupada com a situação de Gaya, Jakeline insistiu para que os funcionários da empresa mandassem fotos da cadela. Quando as imagens finalmente foram enviadas, Jakeline fala que percebeu que algo estava errado.
“Eu pedi fotos da Gaya. Insisti muito para que enviassem fotos ou vídeo. Ele me enviou uma foto onde, nitidamente, ela estava sedada ou com algum problema muito grave. Ela estava com a cabeça baixa e com os olhos fechados. Foi o único retorno que eu obtive”, disse.
Na noite deste mesmo dia, a tutora recebeu por telefone, a notícia que Gaya havia morrido. De acordo com os tutores, a Moovipet não deu maiores explicações sobre o que teria causado a morte do animal, pois segundo eles não havia médico veterinário na região para dar o laudo.
Tutores apontam negligência da empresa
Jakeline contou que após a morte da cadela, um dos funcionários sugeriu que o corpo do animal fosse incinerado. A tutora então entrou em contato com uma advogada para pedir que o corpo de Gaya fosse levado de volta para São Luís.
O corpo de Gaya foi enviado para a família por dois motoristas de aplicativo. A cadela estava em um isopor com água, enrolada em um saco plástico.
Jakeline ainda conta que ela e sua família ficaram muito abalados pela perda de Gaya. Segundo a tutora, ela e as filhas entraram em desespero quando souberam da morte da cadela.
Moovipet se pronuncia
Por meio de uma nota, a Moovipet disse que não conseguiu entregar o atestado de óbito do animal, pois os veterinários da região se recusaram a emitir o documento, pois a cadela não tinha mais sinais vitais.
A empresa também falou que no momento do problema mecânico da van os animais foram assistidos com o necessário, inclusive temperatura controlada.
Em relação ao transporte do corpo de Gaya, a Moovipet alegou que precisou fazê-lo por aplicativo para que a van pudesse seguir viagem.
Relembre o caso Joca
Joca, cachorro de 5 anos, deveria ter sido transportado de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, no Mato Grosso, onde era aguardado por João Fantazinni, tutor do animal.
No entanto, o Golden Retriever foi encaminhado para Fortaleza no Ceará, por engano da Gol e só depois foi levado para o Aeroporto de Guarulhos.
Joca morreu no dia 22 de abril, durante o transporte aéreo.
A família alega que o cachorro não recebeu os cuidados necessários durante o trajeto, configurando assim negligência por parte da empresa aérea.