O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), abriu nesta quinta-feira (17), o cadastro para quem deseja participar como voluntário das fases 1 e 2 dos testes clínicos da SpiN-Tec MCTI, primeira vacina integralmente brasileira contra a Covid-19.
Na quarta-feira (16), a instância máxima de avaliação ética em protocolos de pesquisa com seres humanos, sistema CEP/Conep, aprovou o início dos testes em voluntários.
Como participar dos testes
A primeira fase reunirá 72 candidatos. Para se cadastrar é preciso:
- Ter idade entre 18 e 35 anos;
- Ser saudável;
- Não ter tido Covid-19;
- Ter recebido as duas doses iniciais da vacina CoronaVac e uma dose de reforço da Pfizer (pelo menos há nove meses);
- Residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de pesquisa;
- No caso das mulheres, não pode estar grávida ou amamentando.
Já a fase 2 dos testes serão chamados 360 voluntários e seguirá os mesmos critérios da primeira fase do estudo. No entanto, pessoas que tiveram Covid-19 podem se cadastrar nessa etapa - além de ter recebido as duas doses iniciais da CoronaVac ou da Astrazeneca e uma ou duas doses de reforço da Pfizer ou AstraZeneca.
Interessados no voluntariado podem realizar o cadastro pelo site oficial do CTVacinas. Os inscritos passarão por uma triagem para a seleção e serão submetidos a avaliações clínicas e laboratoriais conduzidas pelo próprio Centro de Tecnologias de Vacinas.
Como funcionará o estudo
“Se a pessoa for elegível para o estudo, será convidada a receber a vacina SpiN-TEC MCTI UFMG. Ela comparece para a vacinação no dia marcado, faz os procedimentos e fica em observação por até uma hora. Depois, já está liberada para ir para casa. Faremos o monitoramento ao longo de 12 meses”, explicou o professor Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e coordenador dos testes clínicos da vacina.
A equipe fará ligações periódicas para os voluntários, que ainda farão sete visitas à UPqVac – onde a dose será aplicada – uma semana depois após a aplicação e, na sequência, depois de duas semanas.
“A expectativa, agora, é que a vacina se confirme como segura e imunogênica, fato observado em outras fases. Esperamos que ela induza resposta imunológica nos participantes, assim como induziu nos testes em animais”, afirma Santiago.
A previsão é a vacina esteja disponível para a aplicação a partir de 2025.