Educação que transforma

Por meio da qualificação profissional e da inserção no mercado de trabalho, o projeto ViraVida dá oportunidade a adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.

Legenda: No processo formativo 2019, foram matriculados 50 adolescentes e jovens.
Foto: J. Sobrinho/Divulgação

Adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social são o alvo de um projeto que, desde 2008, transforma vidas por meio da qualificação profissional e da inserção no mercado de trabalho. O ViraVida, uma iniciativa do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), em parceria com os demais setores do Sistema S, tornou-se referência no Brasil.

O ViraVida, no início, foi destinado a jovens entre 16 a 21 anos, que possuíam histórico ou vivenciavam situações de abuso e/ou exploração sexual, com interesse em se qualificar profissionalmente para, posteriormente, serem inseridos no mercado de trabalho. Hoje, o projeto atende um público mais amplo, com perfil de extrema vulnerabilidade social. “Os jovens são encaminhados por instituições parceiras (ONGs, Creas, abrigos, projetos da Prefeitura e Associações). Eles já realizam algum tipo de atividade nestas instituições, então, o ViraVida é uma continuidade do trabalho realizado”, explica Catarina Sabino, Coordenadora de Projetos do Sesi.

Como observa Catarina Sabino, a ação conjunta de entidades públicas e privadas contribui para proporcionar uma verdadeira transformação na vida de meninos e meninas atendidos pelo projeto. “Os impactos na vida deles são muitos, a exemplo da elevação da autoestima, a construção do seu projeto de vida, o fortalecimento de vínculos familiares, o retorno à escola, a conquista da autoconfiança, o empoderamento dos direitos e deveres e a inserção no mercado de trabalho”, elenca a Coordenadora de Projetos do Sesi.

No processo formativo 2019, foram matriculados 50 adolescentes e jovens, acompanhados ao longo do período de formação por uma equipe multidisciplinar integrada por psicólogo, pedagogo e assistente social.

Saberes

Ao longo de sete meses (de fevereiro a setembro), os alunos participantes do Projeto ViraVida são levados a uma jornada de saberes focada no “ser, estar, ter, conviver, conhecer, fazer, agir, valorizar-se e valorizar o outro, agir com autonomia, o respeito ao meio ambiente e cuidados pessoais e patrimoniais”. Para isso, são ofertados aos alunos cursos no Senai, no Sesc e no Sebrae. “O foco maior é no desenvolvimento humano desses jovens e sua preparação para o mercado de trabalho”,destaca Catarina Sabino.

Com o Sesi, os alunos têm oficinas de desenvolvimento humano, oficinas voltadas para o mercado de trabalho, construção do projeto de vida, educação continuada em português, matemática, cidadania e inclusão digital. No Senai, são ofertados cursos de qualificação profissional em instalador e reparador de redes de computadores, programador de dispositivos móveis, além de cursos com o Sebrae (Empreendedorismo) e o Sesc (orientações do Projeto Transando Saúde).

Para somar forças a esta rede de enfrentamento à violência contra adolescentes e jovens, empresas parceiras recebem os alunos no quadro, por meio de programas de aprendizagem, estágios e contratos de trabalho. “O ViraVida possibilitou aos jovens, com a inserção no mercado de trabalho, que concluíssem um ciclo de vida”, afirma Catarina Sabino.

Instituições parcerias: Sistema S (Senai, Senac, Sebrae, Sesc e Sescoop), Secretaria do Trabalho e desenvolvimento Social (STDS) do Governo do Estado do Ceará, Prefeitura (Cras e Creas), empresas públicas (CEF, BNB, Correios), empresas privadas, instituições da rede de Proteção (ONGs, Abrigos, Associações) e Associação Viva a Vida.

Números
917 jovens atendidos pelo projeto

712 jovens certificados pelas oficinas

543 alunos inseridos no mundo do trabalho (dos certificados)