Setores em alta

Apesar dos problemas da economia brasileira, algumas áreas despontam com oportunidades para os profissionais. Veja que segmentos podem trazer resultados para a sua carreira.

Os aspectos econômicos brasileiros não foram favoráveis nos últimos anos. Devido à crise de 2015 e 2016, o país não conseguiu retomar o crescimento nos dois anos seguintes, mas, em 2019, já mostra sinais de recuperação, assim como é a previsão para 2020. De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no Ceará estava em 14,3% no primeiro trimestre (janeiro a março) de 2017. Esse número caiu, como registrado no segundo trimestre (abril a junho) de 2019, para 10,9% – número que representa  449 mil pessoas sem espaço no mercado de trabalho. 

Aliada a esses dados está a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no Estado do Ceará. Os números, divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), surge a perspectiva de fechar o ano com crescimento de 1,34%, superior ao previsto para o crescimento nacional de 0,9%. Isso mostra que, mesmo em passos pequenos, o Ceará espera que sua economia melhore e, com isso, o mercado de trabalho volte a oferecer mais oportunidades.

Mardônio Costa, Analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), pontua que é possível ver áreas que já estão em movimentação no Ceará e que têm a tendência de manter o crescimento, como o turismo, a tecnologia, as exportações e as energias renováveis.

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Potencial
O Ceará é conhecido pelo turismo, ramo que gera muitos empregos, não só na capital, como em todas as regiões do Estado. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, de janeiro a agosto de 2019, houve um aumento de 74% no número de turistas estrangeiros que desembarcaram no Aeroporto de Fortaleza, cerca de 200 mil visitantes. O aumento da estrutura para recepcionar esses turistas facilita a busca por voos que desembarquem na capital, aliado ao turismo de lazer e esportivo. Em paralelo, o Governo do Estado está  trabalhando, no país e no exterior, para divulgar o Ceará como destino turístico. 

A área de tecnologia também está recebendo investimentos locais. Fortaleza é um hub tecnológico porque recebe os cabos submarinos que ligam o Brasil a países das Américas e da Europa. A expectativa é que sejam instaladas mais conexões até 2022 e que o mercado tecnológico se aqueça no Estado devido à instalação do Data Center da empresa Angola Cables,  capaz de melhorar a transmissão de informações via cabos de fibra ótica. Sendo assim, mais provedores de serviços online poderão se instalar no Estado.

Portos
O ramo de exportações também está se fortalecendo no Ceará. O Porto do Pecém, localizado em São Gonçalo do Amarante, é um dos grandes responsáveis por esse aumento. Atualmente, o Estado é o 3º no Nordeste e 14º no país em exportações. De janeiro a agosto de 2019, o Ceará já exportou um montante de US$ 1,52 bilhão, de acordo com o estudo "Ceará em Comex", realizado pelo Centro Internacional de Negócios, ligado à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), que revela a atividade do Estado em comércio exterior. Sozinho, o setor de ferro fundido, ferro e aço movimentou US$ 842 milhões no período. Isso se deve ao parque siderúrgico do Pecém.

A busca pela produção de energia renovável condiz com o período que vivemos, em busca de uma sociedade mais sustentável. No Ceará, por exemplo, a escassez hídrica faz com que procuremos outras fontes, como a energia eólica. O Estado tem mais de 80 parques eólicos e capacidade de produção de 2.054 megawatts, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A projeção do Estado é dobrar essa produção até 2022. 

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Serviços
O profissional também pode buscar oportunidades fora desses ramos e procurar empreender. Jonny César Oliveira (foto acima) é articulador do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas  Empresas (Sebrae) no escritório da Região Metropolitana de Fortaleza. Ele afirma que estamos vivendo a era dos serviços, em atividades em franca expansão, como alimentação fora do lar, mercado para pets, saúde, beleza e bem-estar.

Jonny César pontua a importância de saber qual nicho a ser atingido pelo empreendimento. “O mundo vem se transformando e aqueles que estiverem atentos irão desfrutar dos benefícios de serem pioneiros”, aponta. Tendo isso em mente, ele sugere que quem busca investir em um negócio próprio deve procurar atingir uma população com um negócio que está em falta para eles, como um salão especializado em certo tipo de cabelos ou uma lanchonete em um bairro onde não há concorrência semelhante. 

Aspectos comportamentais
Mardônio Costa, Analista de mercado de trabalho do IDT, também fala sobre a experiência do profissional nas empresas e em processos seletivos, agora que o novo mercado de trabalho não observa apenas as experiências profissionais dos candidatos a uma vaga. “Proatividade, trabalho em equipe, resolução de problemas, habilidade em liderança são aspectos comportamentais cada vez mais percebidos pelos recrutadores e fazem a diferença na hora da seleção”, garante.

Por isso, o especialista aponta que o profissional precisa investir em autoconhecimento para apresentar a melhor versão de si na hora de buscar um emprego e desenvolver sua própria estratégia de crescimento.

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