Calma, pessoal. Nem Jorge Jesus, tampouco Abel Ferreira, foram sequer sondados para dirigir a Seleção Brasileira.
Certo que a classe dirigente do futebol brasileiro decretou a morte da inteligência nacional, quando o assunto é treinador.
O "efeito 7 x 1" determinou que, com algumas exceções, o orientador verde-amarelo já era.
Se já não tinha espaço no mercado exterior, o treinador brasileiro viu seu prestígio minguar no mercado local.
Passou a ser comum se ouvir: "Não estudam, não manjam de modernidade, merecem ser preteridos".
Nossos saberes futebolísticos estão, agora, em outras línguas.
Tal qual o sentimento pós Hungria da Copa de 1954.
A seleção de Puskas encantou o Mundo, mesmo perdendo a final para a Alemanha, de Fritz Walter.
Depois disso, todo húngaro que desembarcava no Brasil virava treinador, mesmo tendo outra profissão.
Como se fosse possível entrar na garagem e virar automóvel.
Para superar com mais facilidade a barreira da língua, os treinadores portugueses ganharam a preferência.
Dos clubes para a Seleção Brasileira pode ser, daqui a pouco, um pequeno passo.
Vale lembrar que um português chamado Jorge Gomes de Lima, o "Joreca", foi o primeiro estrangeiro a dirigir o nosso escrete.
De maneira fugaz, em 1944, quando o Brasil venceu o Uruguai em dois amistosos.
"Joreca", que era jornalista e formado em educação física, fez muito sucesso no São Paulo e, quando morreu, dirigia o Corinthians.
Quem sabe Jorge Jesus ou Abel Ferreira não tascam o emprego do Tite.
O Brasil é um país que gosta de surpreender.