Pelas pontas

Confira a coluna desta terça-feira (9) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: O personagem Zé da Galera, de Jô Soares, pedia para o técnico Telê Santana colocar um ponta na Seleção Brasileira
Foto: reprodução

Quando o 4-4-2 (a Inglaterra usou na Copa do Mundo de 1966) prenunciou o sumiço dos pontas especialistas, estranhou-se por aqui.

Besteira. O futebol sempre precisou (e precisa) de especialistas.

Com as novas geometrizações táticas e avanços da preparação física, os jogadores tiveram um acréscimo em suas funções.

Entanto, os espaços da linha de fundo não viraram "terra de ninguém".

Pelo contrário. Os laterais viraram alas (para armar e atacar como extremas), afora deslocamentos de jogadores de outras posições em campo.

Quando Zé da Galera pedia ponta a Telê, tinha ponta esquerda voando: Éder e Zé Sérgio, que nem foi para a Copa.

O pedido era voltado mais para o setor direito.

Só que não era fácil deixar de formar um quarteto com Cerezo, Zico, Sócrates e Falcão. O ala Leandro era, na verdade, um extrema.

Telê não abria mão de um centroavante de referência. Daí, a escalação de Serginho Chulapa.

Mas, voltando ao assunto do "sumiço" dos pontas. O Palmeiras, que vimos domingo passado contra o Goiás, reforça a nossa observação de que os extremas, no duro, nunca deixaram de existir.

Dudu e Wesley (ou Rony) fecham da ponta para o meio. Acrescente-se o apoio incessante dos alas. Mayke (ou Marcos) e Piquerez (ou Vanderlan).

Ataques apoiados pelas pontas, para Zé da Galera nenhum botar defeito.

Não à tôa, o time do Abel Ferreira está solto na buraqueira do Campeonato Brasileiro.