O Ferroviário tem chamado atenção pela sua marcha invicta na série D.
Os seus jogos, carregados de emoção, nos fazem gostar ainda mais de futebol.
Mas, gostaríamos de falar sobre um jovem de 41 anos chamado Ciel, que enfeitiça uma tribo coral chamada Ferroviário.
Na vitória sobre o Caxias, foi dele o gol. O seu movimento intuitivo nas costas do zagueiro para pegar de cabeça o cruzamento de Tiaguinho foi coisa de craque. Invenção do corpo, em fração de segundos.
Não me contive, pulei do sofá, gritei e dei socos no ar. O momento do jogo era difícil.
"O bom jogador vê, o craque antevê", sentenciou o mestre Armando Nogueira.
Ciel pensa e joga. A sua capacidade de antevisão mexe com os resultados.
O terceiro pé de Ciel é, literalmente, a cabeça.
Lembrando um velho treinador europeu chamado Renato Cesarini, o futebol de Ciel entra pelos olhos, espalha-se pela cabeça e desce para os pés.
Vai além: joga com prazer, alegria (sem ser peladeiro) e seriedade.
Ciel é religioso e o futebol para ele, certamente, traz uma mensagem de salvação.
Me faz lembrar um feiticeiro que, em redor de uma fogueira, conta para os jovens guerreiros o que velhas batalhas lhe ensinaram.
O Ferroviário venceu o jogo e vai decidir o título da série D com a Ferroviária de Araraquara.
Entanto, o que tem me enfeitiçado é o futebol jogado por Ciel.
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